Os enormes desafios colocados pela pandemia

Omodelo de negócio dos clubes que não dependem de cidades, estados ou magnatas subsidiários está em perigo. Pelo menos enquanto durar a pandemia. Porque todas as receitas à disposição dos emblemas estão a desaparecer ou reduzidas a expressões diminuídas. Restam as transmissões televisivas e os patrocinadores, mas mesmo esses estão a negociar ou à espera de finais de contrato que lhes permitam rever em baixa. É por isso que a maior parte dos grandes clubes atuou com grande cautela no mercado. Claro que há exceções, como o Benfica, por razões puramente eleitorais, ou o Chelsea, detido por um homem que faz o que quer. Mas estas andorinhas não fazem a primavera e ou chega uma vacina realmente eficaz ou o futebol pode ser obrigado a mudar. Ou pelo menos mudar de face, colocando em perigo o equilíbrio de forças que dura desde a lei-Bosman. Os ricos poderão passar a ter ainda mais poder e os clubes detidos por sócios definhar. O perigo é real. O futebol precisava de uma moralização económica verdadeira e não da modalidade travesti que é hoje o fair play financeiro. Forte com os fracos e fraca com os fortes, a UEFA já deu a entender que dificilmente conseguirá moralizar seja o que for. Quando equipas como o Manchester City fazem o que querem, são clubes ainda genuínos como o Barcelona que correm perigo. Mas se o capitalismo manda em tudo um pouco por todo o lado, porque deveria o futebol ser diferente? Pena é ser tanta a ganância. Ao menos poupem-nos a moralismos.n

FUTEBOL PRECISA DE NOVAS IDEIAS E SOLUÇÕES... RÁPIDO