VATA “NO MEU TEMPO HAVIA MUITOS DI MARÍAS”
MEMÓRIA Na antecâmara de uma eliminatória europeia com o Marselha, o antigo avançado do Benfica recorda um célebre jogo, há 34 anos CRENÇA Acredita que ♦ os encarnados podem voltar a uma final
• Mais Sport - O que é feito de si?
Vata - Estou na Austrália há muito tempo. Estive em Angola entre 2010 e 2016, mas acabei por vir para junto da minha família.
- Acompanha o Benfica e antigos colegas?
- Acompanho o Benfica e o futebol português em geral no WhatsApp, onde temos um grupo só de antigos jogadores. Aí sabemos todas as novidades uns dos outros. No nosso tempo era difícil, mas agora é muito mais fácil para conseguir encontrar alguém.
- O Benfica vai jogar com o Marselha. É um jogo que lhe traz memórias da polémica meia-final de há 34 anos?
- Esta é uma sombra que nunca vai acabar. Quando se soube desse jogo, todos começaram a falar. Só posso dizer que quando fazemos boas coisas… ficam sempre na história.
- E quanto ao golo que decidiu e que ficou a dúvida se foi marcado com a mão?
- Foi um dia especial, um golo especial, que levou o Benfica a uma final, num tempo em que tínhamos perdido quase tudo. Era a única competição que tínhamos para salvar a época. Os jogadores franceses já estavam satisfeitos com o resultado e os adeptos já tinham comprado o bilhete para a final.
- O Benfica pode voltar a uma final europeia?
- Quem faz o resultado são os jogadores, não os dirigentes nem a massa associativa. Os jogadores que vão para dentro do campo têm de ter essa capacidade, essa confiança. Pensando que vão passar cada eliminatória. Para chegar a uma final há que fazer um jogo de cada vez. Espero que os adeptos continuem a apoiar o Benfica, a ter confiança, porque há grandes possibilidades de passar esta eliminatória.
- Compara atuais bons jogadores com os do seu tempo?
- O Benfica tem muitos jogadores capazes, mas, por causa do nome, as pessoas pensam que têm de resolver tudo. No meu tempo haviam muitos Di Marías: Chalana, Diamantino, muitos nomes. Hoje, fala-se só no Di María, como se o Benfica não fizesse nada se ele não fizer.
- Pacheco, que morreu recentemente, foi seu colega. Que recorda?
- Sinto muita pena. Contribuiu para o sucesso do Benfica. Mando as minhas condolências à família dele.
“O MEU GOLO? FOI UM DIA ESPECIAL, UM GOLO ESPECIAL QUE LEVOU O BENFICA A UMA FINAL”