Correio da Manhã Weekend

Chá das cinco

- FERNANDO SOBRAL JORNALISTA

Iggy Pop volta a mostrar que continua a ter asas para voar

É um encontro para um chá dançante. Os Underworld e Iggy Pop reuniram-se, descontraí­dos, para um disco improvável e fabuloso: ‘Teatime Dub Encounters’. Iggy Pop, o homem que represento­u o nihilismo puro no rock, saiu da sua situação de quase reforma, e encontrou-se com estes Underworld para reforçar a sua alegria de viver. No belo ‘Bells & Circles’, Iggy Pop canta: “If I had wings, I wouldn’t do anything beautiful or transcende­nt”. O certo é que aqui volta a mostra que continua a ter asas para voar no nem sempre agradável mundo celestial do rock. Neste tema, Karl Hyde, dos Underworld, cruza a sua voz com a de Iggy Pop e diz: “Sunlight, on my wings”. O ritmo é fulgurante e ambos voam, neste encontro abençoado. Este disco nasceu de uma tentativa de dois dos colaborado­res sonoros do filme‘ Trainspott­ing’ de

Danny Boyle

(de 1996), com ‘Lust for

Life’ de Iggy e

‘Born Slippy’ dos Underworld, cozinharem algo para a sequela, o filme ‘T2’ .Suspeitand ode queIggyPop estava afazer a sua última digressão com o álbum ‘Post Pop Depression’, os Underworld‘ sequestrar­am-no’ no hotel onde Iggy estava e este acabou por aceitar o desafio. Iggy improvisou para estes quatro temas. E discorreu sobre um dos temas fortes de ‘T2’, a amizade, em ‘I’ll See Big’. É um momento de ouro para Iggy, sinal da sua longa carreira desde o tempo dos Stooges e da sua capacidade de sobrevivên­cia. Na sequência dos seus momentos mais fulgurante­s, com ‘Search and Destroy’ e ‘Lust for Life’. O som tornou-se real ao longo david ade Iggy. E isso reflecte-se nestas gravações incendiári­as.

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