Correio da Manhã Weekend

DOENTES PODEM ENGRAVIDAR

CUIDADOS A gravidez tem de ser planeada e só deve acontecer quando a doença estiver inativa há cerca de seis meses SINTOMAS Patologia pode afetar todos os órgãos. Entre as consequênc­ias estão dores musculares e AVC

- DANIELA POLÓNIA

As mulheres com lúpus podem engravidar, diria até que devem, embora com alguns cuidados. A gravidez tem de ser planeada e só deve acontecer quando a doença estiver inativa há cerca de seis meses para que se possa garantir uma gravidez mais segura”, explica Jorge Martins, especialis­ta em medicina interna.

O lúpus é uma doença autoimune que atinge oito a dez vezes mais as mulheres em idade fértil, em comparação com os homens. A patologia pode afe- tar todos os órgãos e sistemas e apresenta diferentes sintomas. “As consequênc­ias vão desde a dor de cabeça às dores musculares e articulare­s, à vermelhidã­o da pele, ao acidente vascular cerebral e ao enfarte do mioc ár dio ” , diz o médico.

Ante s de a mulher engravidar, poderá ser necessário ajustar a medicação para o lúpus. E, durante a gestação, a doente deve ser seguida não só pelo médico obstetra mas também pelo internista e outros especialis­tas, sempre que necessário.

“Desde que seja devidament­e seguida, embora seja sempre entendida como gravidez de risco, não haverá riscos de maior para a paciente, se a gravidez tiver sido planeada. Aco ns e lho a utilização de anticoncec­ionais orais, nomeadamen­te os que têm maior percentage­m de progestero­na, o que facilita, enormement­e, a programaçã­o da gravidez”, garante Jorge Martins. Os riscos para o feto são poucos se houver sempre o devido acompanham­ento médico da grávida e esta seguir as indicações. Nestas condições, os casos de abortos espontâneo­s são raros. Em alguns casos, há bebés prematuros, mas estes são saudáveis. “Um bloqueio auriculove­ntricular poderá ocorrer em determinad­as e previsívei­s circunstân­cias e, assim, pode ser evitado ou corretamen­te tratado. O lúpus neonatal também pode ser prevenido”, afirma o médico do Hospital Central do Funchal.

COM ACOMPANHAM­ENTO MÉDICO HÁ POUCOS RISCOS PARA O FETO

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1A doença atinge oito a dez vezes mais as mulheres em idade fértil, em comparação com os homens 2Os riscos para o feto são poucos se houver controlo

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