Lembrar as vítimas do terror de 2017
CERIMÓNIA r Rei foi acompanhado pelo presidente catalão em homenagem pautada pelo silêncio
Barcelona prestou ontem homenagem às vítimas dos atentados radicais islâmicos de 17 de agosto de 2017 que deixaram 16 mortos e mais de 150 feridos, nas Ramblas e em Cambrills. A presença do rei de Espanha, Felipe VI, causou algumas tensões, mas de um modo geral a homenagem decorreu sem incidentes, sob o lema: ‘Barcelona, ciutat de pau’ (‘Barcelona, cidade de paz’).
O silêncio pautou a cerimónia, durante a qual o rei cumprimentou os sobreviventes da tragédia e as famílias dos que perderam a vida. O rei foi acompanhado pelo primeiro-ministro espanhol, Pedro Sánchez, pela presi- dente da câmara de Barcelona, Ada Colau, e pelo presidente do governo catalão, Quim Torra, que apresentou a Felipe VI a mulher de Joaquim Forn, conselheiro do Interior catalão detido após o referendo separatista ilegal de outubro de 2017. “Não sou eu quem devia estar aqui”, disse ao rei Laura Masvidal, mulher de Forn, numa clara crítica a Espanha pela detenção dos líderes separatistas.
Apesar deste episódio, e de pequenas marchas separatistas, o governo catalão, após uma ameaça inicial de boicote ao rei, conseguiu evitar a politização da homenagem e travou protestos como os que marcaram a visita de Felipe VI em 2017. A cerimónia acabou com o grito coletivo de ‘No tinc por!’ (‘Não temos medo!’).