Vaticano lamenta abusos na Pensilvânia
REAÇÃO r Santa Sé reage a relatório de investigação que detalha 70 anos de abusos sobre mais de mil crianças por parte de cerca de 300 sacerdotes
OVaticano exprimiu ontem “vergonha e dor” ante as revelações de um relatório sobre abusos sexuais na Igreja Católica da Pensilvânia, EUA, que envolvem mais de 300 sacerdotes em abusos a mais de mil crianças, num período de 70 anos.
O relatório de 900 páginas resume as conclusões de uma investigação do grande júri da Pensilvânia e foi divulgado na terça-feira. A reação tardia do Vaticano já mereceu críticas.
IGREJA GARANTE ESTAR A FAZER TUDO PARA EVITAR QUE ABUSOS SE REPITAM
O porta-voz da Santa Sé, Greg Burke, afirmou ontem que a Igreja “precisa aprender lições difíceis do passado” e considerou os abusos “criminosos e moralmente repreensíveis”, descrevendo-os ainda como “traições de confiança que roubaram aos sobreviventes a dignidade e a fé”. Burke disse ainda que os atos dos sacerdotes e bispos têm de ser alvo de punições exemplares.
“Padres violaram crianças de ambos os sexos, e os homens de Deus responsáveis por eles não só não fizeram nada como esconderam tudo”, refere o relatório, frisando ainda que “monsenhores, bispos, arcebispos e cardeais têm sido protegidos e muitos deles, incluindo alguns referidos no relatório, foram promovidos”.
Burke, contudo, sublinha que há poucos casos após 2002, o que revela, disse, o esforço da Santa Sé para “aumentar a vigilância e assegurar a proteção dos menores”.