Má massagem musical
Omassagista de bata b ra n c a quis ir além do trapézio. Começ o u d eva ga r e , depois, sem avisos, tentou subir pela corda preta. Espera aí, rapaz, que já te atendo, e verás as cores todas, do arco-íris. Nunca fui mulher de aproveitar manteiga alheia. Ne m o ta n go d e Paris me comove u . H á c o i s a s que não são para mim. Coisas que se podem transfo r m a m e m s i - tuações. Uma pessoa empana o músculo principal na zona do pescoço e o profissional de meia tigela diz logo com as mãos, as duas mãos, e os dez dedos inteiros, que o problema está nos arredores da frente do cóccix. Um pontapé. Teve que ser. Que violência, disse o idiota, com fortes queixas no local do abono de família. Pois é, bebé. Aguenta. A mesma rajada veio de novo. Desta ve z c o m a fo r ç a d a s u n h a s d e ge l . Quando a mostarda ultrapassa as natas e dirige -se para diferentes regiões, só resta uma alternativa: quebrar o caminho com gelo. O torcicolo está em cima e não abaixo. Mas pensou, a besta, que estava diante de uma estúpida morena. Que não era bem assim, e q u e e ra a s s a d o . Ficou frito. Isso, sim. Mesmo que houvesse ligação com a beira baixa não é para entrar assim, como se fosse a sua própria casa. Então, o que uma mulher te m q u e fa z e r é m u i to s i m p l e s : saltar da marquesa antes que seja tarde. Chegada a casa, liguei para a a mi ga q u e me sugeriu a tal massagem que deveria ser relaxante. Sabia. Ela sabia do tipo de relaxe usado num consultório velho nas Avenidas Novas. Julgou que me agradaria ser aliviada em lá maior. Não, não, prezada parva. Prefiro outro género. Não sou como a coitada que inventa dores no corpo inteiro com o intuito de ser atendida pelo massagista. Na verdade, não sei porque mente tanto. O asno não precisa que lhe mintam, percebe de anatomia como eu domino agricultura. O que esse tarado quer, quero eu, também, mas de forma diferente.
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