No início de mais um ano escolar,
Está na hora de fazer a mochila para o regresso às aulas, mas é preciso ter cuidado com o excesso de peso e os maus hábitos
nunca é demais alertar que uma mochila desadequada à idade de quem a carrega, com excesso de carga e mal presa ao corpo pode ter sequelas para a vida, avisa um ortopedista
Com o regresso às aulas, as mochilas voltam como acessório obrigatório e diário para os estudantes de todas as idades. A carga excessiva das malas tem sido muito debatida mas continua sem resolução. Por isso, o melhor mesmo é prevenir futuras dores nas costas. “Em relação às mochilas é fundamental terem alças largas e almofadadas e a parte posterior, que está em contacto com o tronco, também deve ser almofadada. Devem ser de um material leve, terem vários compartimentos para distribuir o peso e uma alça ou cinto que fixa a mochila à bacia para melhor ajustar e distribuir o peso”, avisa o médico ortopedista Bruno Santiago, coordenador da campanha nacional Olhe pelas suas Costas.
Monitorizar o peso
Há várias medidas propostas para reduzir o peso das mochilas, inclusivamente integradas num documento do Observatório de Recursos Educativos, por altura de uma petição pública apresentada à Assembleia da República, em 2017, com mais de 48 mil assinaturas e que passavam pela atribuição de um ca- cifo por criança, melhor organização do horário escolar, desmaterialização dos manuais, divisão destes em fascículos, etc. No entanto, e visto não haver luz ao fundo do túnel, o médico defende que os pais devem monitorizar o peso das mochilas. “E, sempre que este for superior a 10 por cento do peso da criança, alertar a escola para se viabilizar uma alternativa para a redução do material que vai e vem para e da escola.” Importante é também a promoção do exercício numa perspetiva de incutir hábitos de vida saudáveis e evitar problemas de maior, que geralmente são de “causa multifactorial” mas podem passar por “contraturas musculares, má postura do tronco e sobrecarga nos discos da coluna vertebral”.