Correio da Manhã Weekend

“SOMOS SEMPRE CAPAZES DE FAZER MAIS DO QUE PENSAMOS”

- POR CÁTIA NOBRE Pivot CMTV

A mulher que lidera a Casa Ermelinda Freitas já percebe

de vinhos e não trocaria a vida atual pela que tinha “Aprendi que a infância nos marca para o resto da vida

COMO É QUE UMA FUNCIONÁRI­A PÚBLICA ACABA A FAZER UM DOS MELHORES VINHOS DO MUNDO?

Porque tive uma família que trabalhou a terra, a vinha e o vinho durante três gerações. Porque tenho uma equipa com o mesmo amor que eu tenho à atividade, uma palavra especial para o enólogo Jaime Quendera, que me acompanha desde que eu vim para este mundo difícil, que eu não trocaria pela vida que tinha anteriorme­nte.

JÁ PERCEBE DE VINHOS? Quando gostamos do que fazemos vamos aprendendo com os que sabem, interioriz­ando conhecimen­tos, e sinto que já percebo um pouco de todo o setor: desde a plantação de uma vinha, a criação de um vinho, a sua comerciali­zação e, ao fim e ao cabo, o que um vinho é na mesa de cada um de nós.

O QUE APRENDEU COM O REGRESSO ÀS ORIGENS?

O meu regresso só foi possível devido às mensagens de amor à terra que a minha família me passou das minhas origens rurais. Aprendi que a infância nos marca para o resto da vida, que somos sempre capazes de fazer mais do que pensamos, em todas as idades podemos mudar, aprender, criar e transforma­r a nossa vida; mas também que sozinhos poucos objetivos conseguire­mos alcançar.

TEVE MAIS DIFICULDAD­ES PARA LIDERAR A EMPRESA POR SER MULHER?

Havia uma grande diferencia­ção no papel que a mulher e o homem desempenha­vam.

Tive as dificuldad­es inerentes a esse papel, que fui ultrapassa­ndo com o trabalho, mas também com a interioriz­ação de que não é por ser mulher que não iria dar continuida­de ao trabalho da família. Fui sendo aceite e hoje cada vez mais posso comprovar que não há lugares para mulheres nem para homens, há as pessoas certas nos lugares certos.

A SUA FILHA SERÁ A SUA SUCESSORA. A SUA MÃE E A LEONOR INICIARAM UM MATRIARCAD­O?

Tenho dois filhos, mas foi a minha filha Joana que tirou Gestão e que desde muito pequena sempre gostou do setor, e está cada vez mais a dedicar-se à gestão da Casa Ermelinda Freitas. O meu filho João também cá trabalha, mas na área informátic­a, e é com esta dupla que irá haver continuida­de. Mas vamos ter certamente outra mulher na gestão.

SENTE-SE UMA MULHER INSPIRADOR­A?

Sinto-me uma mulher que teve sorte na família em que nasceu, na família atual e que conseguiu fazer o que gosta.

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