MINISTÉRIO DIZ QUE SECRETÁRIO DE ESTADO NÃO DIRIGE TRABALHO DE PERITOS NO ORGANISMO DA OCDE.
ENSINO r Secretário de Estado preside a colégio que define perfil de cada país na aprendizagem e condições de trabalho dos professores REAÇÃO r Governante não decidiu sobre salários e carreiras
Osecretário-geral da Federação Nacional de Professores (Fenprof), Mário Nogueira, contesta o acumular de funções por parte do secretário de Estado da Educação, João Costa, que é também presidente do órgão da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) responsável pelo ‘TALIS - Inquérito Internacional de Ensino e Aprendizagem’.
Recorrendo ao provérbio “à mulher de César não basta ser honesta, deve parecer honesta”, Mário Nogueira disse ao CM que “embora João Costa tenha esclarecido que nada tem a ver com a produção dos dados, aca-
FENPROF DIZ QUE CARGO NA OCDE ACABA
POR GERAR CONFUSÃO
ba por gerar confusão um gove r nant e t e r um c a r go na OCDE. E a prova disso é que acabou por ter necessidade de explicar-se”.
João Costa detém o cargo de presidente do conselho de direção do TALIS. O Ministério da Educação (ME) explicou ontem, na sequência de uma notícia do ‘Sol’, que na OCDE o secretário de Estado da Educação “não dirige o trabalho especializado de peritos, nem toma decisões sobre os estudos de avaliação de políticas”.
O ME afastou também qualquer intervenção de João Costa no Centro para a Inovação e Investigação Educacional, o organismo da OCDE que, no relatório o ‘Panorama da Educação’, conclui que um professor em Portugal possui um salário superior à média dos trabalhado- res com idênticas habilitações profissionais. Esclareceu ainda o ME que “o TALIS - da responsabilidade de João Costa - não é um relatório sobre carreiras e salários”. O TALIS visa traçar “um perfil de cada país sobre a aprendizagem”. Questionado pelo CM sobre se João Costa irá deixar o cargo na OCDE, o gabinete de comunicação do ME remeteu para a nota de esclarecimento, que nada avança sobre essa possibilidade.