Correio da Manhã Weekend

MANCHA VERDE VINDA DE ESPANHA AMEAÇA ÁGUA DO RIO TEJO

ALERTA r Ambientali­stas avisam que vaga de calor pode provocar mortandade de fauna no rio

- JOÃO SARAMAGO

Falta de oxigénio pode levar a desastre ambiental

Orio Tejo regista valores de oxigénio mínimos, que colocam em risco a fauna piscícola, de acordo com os dados da estação de monitoriza­ção da qualidade da água de Perais (Vila Velha de Ródão), a primeira existente em Portugal depois do rio cruzar a fronteira. Os resultados são referentes aos primeiros 20

dias do mês, período em que as barragens espanholas de Alcántara e Cedillo, exploradas pela Iberdrola, efetuaram descargas que provocaram a ac umulaç ão de espuma e de algas no rio. O CM tentou contactar a Iberdrola, sem sucesso.

Para a vice-presidente da as-

sociação Zero, Carla Graça, “é uma realidade recorrente”.

“Os dados da estação de Perais indic am níveis de oxigénio que atingiram o valor mais baixo no dia 9, com 1,6 miligramas de oxigénio dissolvido por litro (mg/l) e, nos dias 19 e 20, na ordem dos 1,9 mg/l”.

O valor mínimo de oxigénio recomendáv­el é de 5 mg/l. A ambientali­sta alerta que “com a s ubida da te mperatura, tal como está previsto, pode haver uma mortandade de peixes”. Carla Graça acrescento­u que “a estação reflete a qualidade da água vinda de Espanha, uma vez que não há descargas significat­ivas de ETAR portuguesa­s neste local”.

RIO COM 2 MILIGRAMAS DE OXIGÉNIO POR LITRO:

5 É MÍNIMO RECOMENDAD­O

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Tejo, junto a Alcántara, em Espanha, regista a presença de espuma, um indicador de possível redução de oxigénio

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