A mancha imensa
Adivulgação dos últimos emails da correspondência do Benfica acentua a ideia já formada da existência de uma teia de influências sustentada no domínio e poder dos encarnados. As comparações que se fazem com o Apito Dourado são muitas e inevitáveis, até na conclusão de que provavelmente nada acontecerá ao Benfica porque os emails não servirão de prova, tal como no passado não serviram as escutas que poderiam ter tido consequências para o FC Porto, além daquelas que foram aplicadas pela Justiça desportiva. Mas entre o que se ouviu há mais de uma década e o que se lê hoje, existem muitos pontos em comum que revelam comportamentos reprováveis e demonstram a proteção e o benefício à potência dominante. Por isso, independentemente das consequências de que a Justiça se encarregará de estabelecer, há uma mancha na reputação e na integridade do Benfica que nada nem ninguém conseguirá apagar. O tempo da dúvida já lá vai, e hoje só os obtusos aceitarão a teoria da cabala e da falsificação. O Benfica demorou tempo a reconhecer que tinha um problema e demorou ainda mais a entender que não bastava ficar calado ou protestar pela ilegalidade adjacente à divulgação dos emails. As recentes medidas – cessação do contrato de Paulo Gonçalves e o reforço da equipa jurídica – revelam a preocupação que deveria ter havido desde o primeiro dia. Mas se a saída do assessor jurídico pode favorecer a defesa de ambos para separar as águas (o que o Benfica fez questão de sublinhar no comunicado a anunciar a demissão), a sua presença na tribuna presidencial não permitirá essa descolagem.
BENFICA FINALMENTE TOMOU MEDIDAS
FIRMES