Correio da Manhã Weekend

ALFAMA TEM MAIS ENCANTO NA HORA DE CANTAR O FADO

A CANÇÃO DE LISBOA VAI VOLTAR A REINAR NUM DOS MAIS TÍPICOS BAIRROS DA CIDADE. IGREJAS, LARGOS, RUAS OU BECOS SÃO TRANSFORMA­DOS EM PALCOS

- MIGUEL AZEVEDO

Obairro de Alfama, o mais antigo e um dos mais típicos de Lisboa, vai voltar a vestir-se a rigor, nos próximos dias 28 e 29, para receber as novas e as velhas glórias da canção de Lisboa (e não só) em mais um festival de fado. Dulce Pontes, Paulo de Carvalho, Maria da Fé, Raquel Tavares, Filipa Cardoso, Marta Pereira da Costa ou Pedro Jóia são apenas alguns dos nomes para ouvir ao vivo. Durante dois dias, igrejas, largos, espaços improvisad­os, varandas e sociedades recreativa­s transforma­m-se em palcos e dos seis mil moradores, o bairro de Alfama vê quase duplicar as suas ‘gentes’. Se é verdade que no início reinou o ceticismo entre aqueles que faziam de Alfama a sua casa, a verdade é que hoje o festival já faz parte da vida de todos, até com reflexo na microecono­mia do bairro. Se o número de visitantes não se compara com a altura dos santos populares (no Stº António chegam a estar 200 mil pessoas pelas ruas), o facto é que agora quem visita Alfama tem outro poder de compra. Durante dois dias, não há rua ou ruela, não há beco ou largo, canto ou recanto, escada ou escadaria, não há porta nem janela que não se abra para deixar entrar aquele cantar que é tão nosso. O agora Festival Santa Casa Alfama, outrora Caixa Alfama, é talvez dos poucos eventos musicais em Portugal que melhor conduz à afirmação de uma certa expressão de cultura popular. E agora, silêncio que se vai cantar...

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Raquel Tavares

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