“O PROCESSO CRIATIVO TEM QUE SER EGOÍSTA”
CANTOR ALENTEJANO ESTÁ A ULTIMAR O NOVO DISCO. O ÊXITO FOI ESPREITAR A ÚLTIMA SEMANA DE GRAVAÇÕES
Éna companhia dos parceiros habituais, de algumas estreias e, pela primeira vez, de uma orquestra, que António Zambujo prepara o seu regresso aos discos, o primeiro de temas inéditos em quatro anos. O novo trabalho, que teve as últimas sessões de estúdio esta semana, será editado em novembro. Sucessor de ‘Até Pensei que fosse Minha’, álbum de tributo a Chico Buarque, o novo registo marca uma mudança na linha estética que Zambujo vinha seguindo. “Este é um disco diferente dos anteriores, sem fados tradicionais e apenas com músicas originais. É um álbum que não tem tão evidentes as influências dos discos passados. Há aqui mais de Tom Waits, Rodrigo Amarante, Caetano Veloso, Silvia Perez Cruz muitas outras coisas que ouvi nos últimos anos e que transformam os nossos gostos”, explica o músico. Entre os parceiros habituais na composição estão Miguel Araújo, Pedro da Silva Martins, João Monge ou Aldina Duarte e pela primeira vez Márcia, Paulo Abreu de Lima e Mário Laginha e os brasileiros Arnaldo Antunes, Rodrigo Maranhão e Cézar Mendes. Destaque especial neste disco para a participação da Sinfonietta de Lisboa que toca em cinco temas. “Foi uma experiência fantástica porque obriga a outro tipo de disciplina e a cedências de parte a parte”, explica Zambujo que continua a seguir a sua intuição e vontade quando chega a hora de gravar. “O processo criativo tem que ser egoísta. Tem que se fazer aquilo em que se acredita”.