EM CIMA DO ANÚNCIO DA DECISÃO
DECISÃO r Joana Marques Vidal só foi avisada de que Lucília Gago era a sua substituta uma hora antes do anúncio oficial do Presidente da República ESCOLHA r Magistrada diz que a hipótese de ser reconduzida nunca esteve em cima da mesa
Joana Marques Vidal, a mulher que dirigiu a Procuradoria-Geral da República nos últimos seis anos, só soube que Lucília Gago seria a sua sucessora no cargo na quinta-feira pelas 20h00, ou seja, uma hora antes do anúncio oficial do Presidente, no site da Presidência. E a recondução nem sequer esteve em cima da mesa.
Marques Vidal não quis explicar como recebeu a informação, nem pronunciar-se sobre o processo de decisão. Mas, ao que o CM apurou, terá sido a ministra da Justiça, Francisca Van Dunem, a comunicar-lhe a escolha do Governo. Deixou claro, no entanto, que a sua continuidade não era opção: “a
hipótese de ser reconduzida no cargo nunca me foi colocada e, por isso, eu não falo de hipóteses”, referiu. Ontem, à margem de uma conferência internacional sobre a corrupção, na qual esteve presente Van Dunem e, mais tarde Marcelo Rebelo de Sousa, a magistrada afirmou que sai de “consciência tranquila”, apesar de não ter tido tempo para fazer tudo o que queria. Visivelmente emocionada, sobretudo depois de diri-
gir um agradecimento especial ao diretor do Departamento Central de Investigação e Ação Penal, Amadeu Guerra, fez um balanço do mandato e não poupou elogios à sua equipa, da qual fazia parte Lucília Gago. “Num quadro de dificuldades os magistrados do Ministério Público mantiveram-se fiéis aos seus princípios e às suas ações. Conseguimos obter êxitos em circunstâncias que não foram as mais favoráveis”, sublinhou.
MINISTRA DA JUSTIÇA
TERÁ COMUNICADO A ESCOLHA DO GOVERNO
PGR FEZ BALANÇO
DOS ÚLTIMOS SEIS ANOS E ELOGIOU A SUA EQUIPA