Correio da Manhã Weekend

DISCUSSÃO SOBRE MATANÇA DE PORCO PROVOCA DUPLO HOMICÍDIO

TRAGÉDIA r Joaquim Risso, 83 anos, disparou a matar sobre a mulher e a cunhada. Depois deu um tiro na cabeça e morreu no hospital ALERTA r Homicida alertou a GNR após ter disparado, pelo menos, quatro tiros

- SOFIA GARCIA/ MAGALI PINTO/ /CARLA MARQUES CORDEIRO NOTÍCIA EXCLUSIVA DA EDIÇÃO EM PAPEL

Adis c us s ão de J o aquim Risso com a mulher, Maria Eufrázia , e a cunhada, Luzia Rosado, teve início ao final da manhã por causa da matança do porco que ia acontecer hoje, em Terena, no Alandroal, distrito de Évora. Os três idosos, todos com cerca de 80 anos, estavam a descascar alhos, mas Joaquim, contam testemunha­s, parecia contrariad­o - não queria matar o animal este fim de semana. Ao contrário das duas irmãs, que insistiam na matança de um dos porcos que Luzia Rosado criava no Monte do Espada. A discussão subiu de tom e resultou em tragédia.

Pelas 12h00, Joaquim Risso, 83 anos, pegou numa pistola e disparou pelo menos quatro tiros. Com os dois corpos ao lado, Joaquim Risso ligou para a GNR a pedir ajuda. Mas quando os mi- litares chegaram ao local, a casa de Luzia, para além das vítimas mortais - a mulher tinha 83 anos, a cunhada 80 -, Joaquim estava também no chão inconscien­te. Deu um tiro na cabeça com a mesma arma. Ainda foi transporta­do de helicópter­o para o Hospital de Santa Maria, em Lisboa, mas já nada havia a fazer. Joaquim não resistiu aos graves ferimentos e morreu no bloco operatório.

A tragédia apanhou todos de surpresa. Familiares e amigos disseram ao CM que Joaquim, Maria Eufrázia e Luzia andavam sempre juntos. O casal tinha apenas um filho. A cunhada não era casada e, por isso, passavam temporadas em conjunto, incluindo viagens. Há dois anos tiveram um acidente de viação tendo ficado os três feridos com gravidade, mas sobreviver­am.

Ontem, as perícias da PJ de Évora duraram várias horas. Só depois das 16h00 é que os corpos das duas irmãs foram retirados pelos bombeiros para serem levados para a morgue, onde vão ser autopsiado­s.

Rufino Ramalho e António Iria, vizinhos, estavam encostados a um muro quando se deu a tragédia. Garantem que ouviram quatro tiros. “Nunca imaginámos que o Joaquim estivesse a matar alguém. Isto é inacreditá­vel”, disseram ao Correio da manhã, consternad­os.

IDOSOS ESTAVAM A DESCASCAR ALHOS E COMEÇARAM A DISCUTIR JOAQUIM RISSO AINDA FOI LEVADO AO HOSPITAL, MAS NÃO RESISTIU E MORREU

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