Hospital militar só tem um médico psiquiatra
MILITARES r Dificuldades orçamentais resultam em carência de recursos
OHospital das Forças Armadas (HFAR), em Lisboa, tem apenas um médico psiquiatra (a diretora do serviço) a tempo inteiro, numa altura em que inaugurou novas instalações com doze camas, para tratar militares ao serviço, na reserva ou reforma e seus familiares, bem como elementos da GNR e da PSP.
As dificuldades a nível de recursos humanos derivam de “dificuldades orçamentais”, assume ao CM a diretora do HFAR, brigadeiro-general médica Regina Mateus. “Os restantes psiquiatras estão a tempo parcial, representando o equivalente a 3 médicos a tempo inteiro.” O serviço tem vindo a crescer, tendo já uma equipa de enfermagem “com elevado nível de qualificações”.
A condição militar é de desgaste rápido, “que implica e xp o s iç ão a situações violentas e uso de armas”, pelo que o serviço de Psiquiatria do HFAR é “uma valência de apoio médico de extrema relevância”, afirma Regina Mateus. A brigadeiro-general revela que as principais patologias entre os operacionais são “stress pós-traumático, perturbações do sono, quadros ansiosos, reações agudas de stress e quadros depressivos”. Alguns casos surgem em militares destacados. “São pontuais e relacionadas com situações inopinadas e subsequentes à exposição a s it uaç õ e s de violência extrema”, explica. O apoio estende-se às famílias. “Não é fácil estar meses ou anos sozinho/a com filhos pequenos, muitas vezes sem possibilidade de contactar ou saber notícias do militar”, conta Regina Mateus.
HOSPITAL INAUGUROU NOVAS INSTALAÇÕES COM DOZE CAMAS