Correio da Manhã Weekend

O G4 e o equilíbrio do futebol português

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Oapurament­o do FC Porto, Benfica, Sporting e Sp. Braga para as meias-finais da Taça de Portugal deu uma expressão ainda mais vincada ao domínio que estas quatro equipas têm no futebol português. Um jugo que começa no campeonato, no qual o quarteto ocupa os lugares da frente, prossegue na Taça da Liga, prova que na próxima semana tem a sua final four com estes intervenie­ntes,e termina, como agora se vê, na chamada prova rainha.

Será este tão avassalado­r domínio benéfico para o futebol português? Não é fácil a resposta a esta questão. Do ponto de vista da indústria do futebol, há quem esfregue as mãos. Nesta época já houve seis jogos entre estas quatro equipas (todos na Liga). Estão programado­s, imagine-se, mais 14 embates. Sim, é verdade, são 14 due- los assegurado­s: outros seis no campeonato, cinco na Taça de Portugal (meiasfinai­s são a duas mãos) e três na Taça da Liga. Há ainda a possibilid­ade de haver mais uma ou duas partidas, caso Benfica e Sporting venham encontrar-se na Liga Europa. Jogos entre os chamados grandes, como se sabe, geram sempre maiores receitas. Envolvem mais gente, têm maior consumo, aceleram a economia. À partida parece tudo bom. Mas para o equilíbrio do futebol português a médio/longo prazo, pode não ser bem assim. A emergência deste G4 vai acentuar o fosso entre os maiores clubes e os outros, cada vez mais secundariz­ados (veja-se como está estruturad­o o formato da Taça da Liga, em claro benefício dos grandes). Isto é algo que deveria merecer reflexão das altas esferas do futebol nacional.

AEMERGÊNCI­A

DESTE G4 VAI ACENTUAR O FOSSO ENTRE OS MAIORES CLUBES E OS OUTROS

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PONTAPÉ DE SAÍDA ??
MÁRIO PEREIRA EDITOR DE DESPORTO PONTAPÉ DE SAÍDA

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