TODOS À ESPERA QUE APAREÇA
DOIS MESES E MEIO DEPOIS DO DESAPARECIMENTO DO CANTOR POPULAR, OS PAIS DESISTIRAM DE O ENCONTRAR COM VIDA E AS AUTORIDADES DESISTIRAM DE O PROCURAR. RESTA ESPERAR PELAS MARÉS
Nuno Batista, 40 anos, o cantor que há quase dez fazia concertos de norte a sul de Portugal incorporando a figura popular de Zé do Pipo, desapareceu entre os dias 5 e 7 de novembro, a data em que os pais descobriram o seu carro abandonado junto a uma ravina da praia do Portinho da Areia Sul.
Desde essa data, as autoridades policiais e marítimas vasculharam toda a região ao redor de Peniche em busca de um corpo mas, até à data de fecho desta edição, Nuno não apareceu.
Os pais de Nuno Batista, Carlos e Rosa, deram uma entrevista ao apresentador Manuel Luís Goucha, para o programa ‘Você na TV!’, na TVI, em que fizeram algumas revelações e retificações sobre o nebuloso desaparecimento do artista.
Segundo Carlos e Rosa, o filho terá sido “um grande ator” ao sossegá-los de que estava melhor dos estados depressivos, resultantes da doença bipolar que lhe fora diagnosticada pelo psiquiatra que o assistia desde, segundo os progenitores, o verão de 2016, época em que teve o primeiro surto desta doença do foro neurológico.
Os pais de Zé do Pipo não acreditam que o filho poderá estar vivo e a mãe, Rosa, afirmou mesmo que só quer ter um corpo “para abraçar” e poder despedir-se dele, e, assim, fazer o luto. Enquanto aguarda, garantiu, com o marido sentado ao lado, que tudo fará pelos seus “netinhos”, com Manuel Luís Goucha, emocionado, a comentar que os dois rapazes, filhos de Nuno Batista e da nora, Celeste, são “um prolongamento do pai”.
Carlos e Rosa garantem que, enquanto aguardam o aparecimento do filho, tudo farão para ajudar os dois netos, um deles com dois anos, para que a família não perca o património que o pai estava a construir - com base numa carreira artística em alta e com muitas requisições para espetáculos - nomeadamente a casa de família na localidade de Vau, a poucos quilómetros de Óbidos.
Carlos Batista confirmou a Manuel Luís Goucha que o filho tinha ido no feriado de todos os Santos, dia 1 de novembro, fazer o que se pressupõe ser um viagem de prospeção ao local onde se presume que se tenha atirado ao mar. “Ele disse à mulher que ia dar uma volta de bicicleta e deslocou-se da terra dele, do Vau, até Peniche, ao sítio do Portinho da Areia, onde deixou o carro, mas dessa vez foi de bicicleta”, conta Carlos Batista.
Quando questionados sobre se Nuno
ROSA, MÃE DE ZÉ DO PIPO, SÓ QUER QUE APAREÇA UM CORPO PARA “O ABRAÇAR” E SE DESPEDIR DO FILHO
terá decidido desaparecer por livre iniciativa, os pais do cantor reagem negando tal possibilidade, tomando a mãe a dianteira: “Ele não desapareceu. Eu conheço o filho que tenho. Ele não me fazia sofrer a mim, ao pai e aos filhos. Ele não fazia isso se estivesse vivo”, diz, secundada pelo pai, Carlos, que salientou que Zé do Pipo não faria isso à família “derivado a todas estas coisas que ele tinha”, referindo-se à doença bipolar que lhe foi diagnosticada e para a qual tomava medicação.
O popular cantor Zé do Pipo estava afastados dos palcos desde outubro último, altura em que o psiquiatra o aconselhou a abandonar o mundo do espetáculo e a tratar a doença que se tinha agravado nos últimos meses, correndo mesmo o risco de se tornar altamente incapacitante.