LABORATÓRIOS EM ‘GUERRA’ LEVAM GOVERNO A REFORÇAR CONTROLO PARA EVITAR FALTA DE REMÉDIOS.
DECISÃO r Laboratórios decidiram limitar o número de grossistas a quem fornecem medicamentos CIRCULAR r Infarmed lembra obrigação de abastecer e ameaça com Autoridade da Concorrência
Ofacto de vários laboratórios terem decidido limitar o número de grossistas aos quais fornecem medicamentos, abrindo uma ‘guerra’, levou o Governo a reforçar o controlo para evitar a falta de remédios no mercado.
A 8 de janeiro, a Autoridade Nacional do Medicamento (Infarmed) emitiu uma circular sobre a “obrigação de fornecimento do mercado e as responsabilidades dos intervenientes”. No documento destaca-se o facto de o Infarmed, além de ameaçar com processos na Autoridade da Concorrência, avisar os laboratórios que “não podem recusar o fornecimento aos distribuidores com pedidos de fornecimento de entidades nacionais de dispensa ao público (farmácias, hospitais, locais de venda de medicamentos não sujeitos a receita médica)”.
A ‘guerra’ começou quando os laboratórios avisaram, em novembro, vários grossistas que iam deixar de os fornecer a 1 de janeiro. A Astrazeneca disse ao CM que tinha tomado a decisão “unilateral” para “reduzir o número de reclamações e devoluções da distribuição, melhorar a gestão de stock e assegurar tempos de resposta mais curtos, garantindo o acesso dos doentes ao medicamento”. Já a Merck Sharp and Dohme limitou-se a dizer que o seu sistema de distribuição “ia de encontro às necessidades dos doentes”.
CIRCULAR DO INFARMED VISA EVITAR FALTA DE MEDICAMENTOS