Correio da Manhã Weekend

Mercado eleitoral

- João Pereira Coutinho

Dizia Eça que o sonho do português médio era arrumar-se no funcionali­smo público e por lá apodrecer em paz. O próprio escritor, verdade seja dita, não escapou a essa ambição.

Mais de cem anos depois, nada mudou. Sobretudo quando o funcionári­o público goza de privilégio­s – 35 horas semanais, reformas antecipada­s, segurança laboral, e etc. etc. – que não existem no privado.

O GOVERNO SABE QUE OS VOTOS QUE CONTAM MORAM

NO ESTADO

Isto, que já é muito, pelos vistos sabe a pouco para o governo, que decidiu oferecer mais um dia de férias a todos os trabalhado­res do Estado. Pretexto? Poderem acompanhar os seus filhos com menos de 12 anos no primeiro dia de aulas.

Longe de mim contestar a nobreza da dádiva, que eu, como trabalhado­r do sector privado, só posso invejar.

Infelizmen­te, para mim e para milhares como eu, o governo só tem uma mensagem: amanhem-se como puderem porque os votos que contam não moram desse lado.

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