Mercado eleitoral
Dizia Eça que o sonho do português médio era arrumar-se no funcionalismo público e por lá apodrecer em paz. O próprio escritor, verdade seja dita, não escapou a essa ambição.
Mais de cem anos depois, nada mudou. Sobretudo quando o funcionário público goza de privilégios – 35 horas semanais, reformas antecipadas, segurança laboral, e etc. etc. – que não existem no privado.
O GOVERNO SABE QUE OS VOTOS QUE CONTAM MORAM
NO ESTADO
Isto, que já é muito, pelos vistos sabe a pouco para o governo, que decidiu oferecer mais um dia de férias a todos os trabalhadores do Estado. Pretexto? Poderem acompanhar os seus filhos com menos de 12 anos no primeiro dia de aulas.
Longe de mim contestar a nobreza da dádiva, que eu, como trabalhador do sector privado, só posso invejar.
Infelizmente, para mim e para milhares como eu, o governo só tem uma mensagem: amanhem-se como puderem porque os votos que contam não moram desse lado.