JUSTICA INVESTIGA 540 CASOS DE NEGLIGENCIA MEDICA
NATHÁLIA esteve mais de 20 horas em trabalho de parto e perdeu o filho DÍDIA morre em hospital ao fazer aborto JOAQUIM alvo de sete operações por falha na sutura
Os casos de Nathália Roliz, Dídia Couceiro e Joaquim Maiato são apenas três de entre centenas de situações de negligência médica em Portugal, onde a culpa morreu solteira. Só entre 2017 e 2018 o Ministério Público (MP) instaurou 540 inquéritos relacionados com negligência, mas mais de metade foram arquivados.
Nathália esteve mais de vinte horas em trabalho de parto, em setembro de 2018, no Hospital de Cascais (HC) e acabou por perder o filho. Até hoje não se sabe se o bebé nasceu morto ou vivo, já que a ficha clínica e o relatório da autópsia têm infor
mações contraditórias. Ao CM, o hospital garante que a morte se deve a “circunstâncias estritamente clínicas”.
A 14 de outubro do ano passada, Dídia Couceiro morreu, no Hospital de Cascais, quando fazia um aborto. Este é um dos casos investigados pelo MP, já que o relatório da autópsia refere que “não foi possível determinar a causa da morte devido ao avançado estado de putrefação”. Confrontado pelo CM, o HC garante “não haver registo nem evidência de qualquer procedimento desadequado ou impróprio”. Joaquim Maiato foi operado sete vezes devido a uma deficiência num aparelho de sutura, em Cascais. A falha provocou-lhe uma fístula, entre o reto e a bexiga, o que fez com que os dois órgãos ficassem ligados, quando deveriam funcionar isoladamente. Joaquim Maiato ficou algaliado e com uma hérnia volumosa no abdómen. Sobre este caso, o hospital refere que “está a ser feita a avaliação multidisciplinar”, para que seja possível resolver o caso com “eficácia e celeridade”.
FICHA CLÍNICA DIZ QUE O BEBÉ NASCEU VIVO; A AUTÓPSIA DIZ CONTRÁRIO
DÍDIA COUCEIRO MORREU
NO HOSPITAL DE CASCAIS AO FAZER UM ABORTO
JOAQUIM MAIATO FOI
OPERADO 7 VEZES DEVIDO A UMA FALHA NA SUTURA