“AINDA NÃO SE FEZ O QUE SE DISSE QUE SERIA FEITO”
Rui Rosinha, bombeiro de Castanheira de Pera, chefiava equipa que sofreu acidente na EN236
Correio da Manhã – Como está a sua recuperação?
Rui Rosinha – Cá estou na luta! A tentar renascer de alguma maneira, como toda a gente que foi afetada. Tenho dores fortes nos membros inferiores, que não me permitem um andar sustentado e equilibrado. A fisioterapia vai ser para manter sempre. – É uma sequela das queimaduras que sofreu?
– É um problema degenerativo que não estava à espera. Foi-me diagnosticada uma polineuropatia axonal sensitivo-motora grave.
– O que foi feito nestes dois anos para ajudar as vítimas? – Eu noto que as pessoas se sentem desapoiadas, esmorecidas. Passaram dois anos e tudo o que envolveu o 17 de junho foi muito mau.
– O que falta fazer?
– São precisas ações concretas no terreno, conjugação de esforços e olhar para a região não só a nível local, regional ou nacional, mas global porque o que se disse que iria ser feito ainda não se fez. Ainda estamos à espera.
– Começou-se pela reconstrução das casas...
– A reconstrução das casas que arderam eram o mínimo exigido, mas a região precisa de mais. Precisa de incentivos e de acrescentar crescimento económico.
– Ainda continua de baixa médica ou está reformado?
– Fui a uma junta médica e estou com um atestado prolongado por mais alguns meses, por doença neurológica. Quando acabar, vou de novo a uma junta médica e logo verei o que me dizem. O seguro atribuiu-me uma incapacidade parcial permanente de 74 por cento.