A dança lenta do centrão
“Em democracia há sempre alternativa. Quem se excluir da alternativa exclui-se da democracia.” “Em política, talvez mais do que noutros campos, o que conta e interessa é o que vamos fazendo, muito mais do que aquilo que nos propomos a atingir.” Duas frases de Sá Carneiro, fundador do PSD, que parecem esquecidas.
O namoro entre PSD e PS que, ainda que reponha a ligação histórica entre os dois partidos essencial ao pós-ditadura, não deixa de levantar preocupações. O PSD quer reduzir o debate político, num claro jeito a Costa que detesta debates quinzenais. O PS dá a mão ao PSD nas alterações ao financiamento partidário. O PSD ajuda o PS a chumbar suplementos remuneratórios aos profissionais da Saúde no combate à Covid, e os socialistas dão um rebuçado a Rio aprovando-lhes a proposta de prémio para estes profissionais, num só ano, e um dia extra de férias. Rio queixa-se das reuniões do Infarmed e Costa e Marcelo fazem-lhe a vontade. Costa quer alterar as eleições para as CCDR e Rio quase faz o pino. Entendimentos para o desenvolvimento do País são benéficos, para reduzir a transparência são alarmantes. “Mesmo nos povos mais conformistas a paciência tem limites”, também defendia Sá Carneiro.n