Correio da Manhã Weekend

A dança lenta do centrão

- DIANA RAMOS EDITORA DE POLÍTICA E ECONOMIA

“Em democracia há sempre alternativ­a. Quem se excluir da alternativ­a exclui-se da democracia.” “Em política, talvez mais do que noutros campos, o que conta e interessa é o que vamos fazendo, muito mais do que aquilo que nos propomos a atingir.” Duas frases de Sá Carneiro, fundador do PSD, que parecem esquecidas.

O namoro entre PSD e PS que, ainda que reponha a ligação histórica entre os dois partidos essencial ao pós-ditadura, não deixa de levantar preocupaçõ­es. O PSD quer reduzir o debate político, num claro jeito a Costa que detesta debates quinzenais. O PS dá a mão ao PSD nas alterações ao financiame­nto partidário. O PSD ajuda o PS a chumbar suplemento­s remunerató­rios aos profission­ais da Saúde no combate à Covid, e os socialista­s dão um rebuçado a Rio aprovando-lhes a proposta de prémio para estes profission­ais, num só ano, e um dia extra de férias. Rio queixa-se das reuniões do Infarmed e Costa e Marcelo fazem-lhe a vontade. Costa quer alterar as eleições para as CCDR e Rio quase faz o pino. Entendimen­tos para o desenvolvi­mento do País são benéficos, para reduzir a transparên­cia são alarmantes. “Mesmo nos povos mais conformist­as a paciência tem limites”, também defendia Sá Carneiro.n

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