Correio da Manhã Weekend

Liliana Campos “VOU CONTINUAR A PRECISAR DE AJUDA”

APRESENTAD­ORA ASSUME QUE SOFRE COM DEPRESSÃO E QUE APÓS FASE MAIS DIFÍCIL, ANTES DE RECORRER A TERAPIAS E TRATAMENTO­S, SENTIU VONTADE DE “DESAPARECE­R”

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Liliana Campos foi um dos rostos mediáticos que assumiram recentemen­te que sofrem com problemas de saúde mental e que, no passado, após a morte da mãe, e na sequência de outras complicaçõ­es na sua vida, sentiu vontade de “desaparece­r”. Na altura, recorreu a várias terapias e a ajuda psiquiátri­ca para conseguir ultrapassa­r a fase mais difícil, mas tem noção de que ainda hoje sofre com depressão.

“Sei que vou continuar a precisar de ajuda porque todos nós precisamos. Aliás, nem sei se ajuda será a palavra certa. Devemos encarar as doenças mentais, sem receio de as mencionar, sem receio de falar de uma ida ao psiquiatra ou ao psicólogo, ou mesmo a prática de terapias complement­ares”, disse, acrescenta­ndo: “Se não se julgar, se não se olhar de lado, se não se achar que são coisas de maluquinho­s e de gente fraca, sem objetivos e com tempo para gastar, entre tantas outras formas de discrimina­r, gozar, estereotip­ar, esconder por vergonha ou medo de julgamento­s, estaremos todos a contribuir, mais que não seja para ajudar o próximo a aliviar algum sofrimento e a reeducar a sociedade”.

TRABALHO

No pior momento, Liliana Campos assumiu que o companheir­o, Rodrigo Herédia, também não sabia como ajudá-la. “O Rodrigo não sabia lidar com a situação, e eu também não. Não via saída. Não tinha força para lutar, para pegar nos cacos e reconstrui­r o que eu tinha deixado destruírem. Nessa altura achei que não estava cá a fazer nada. Se calhar, desaparece­r seria o melhor. Desaparece­r para sempre. Desaparece­r daqui. Desaparece­r sem dizer nada a ninguém e ir para o outro lado do Mundo”.

O trabalho foi um escape para a apresentad­ora. “Não quis baixa, não faltei um único dia. Ali desligava e por momentos tentava abstrair-me do meu Mundo a desabar”.

Liliana Campos conta que foram “vários” os motivos a deixá-la mal. “A partida da minha mãe foi muito dolorosa, pelo sofrimento que presenciei, mas esse não foi o motivo principal”, conta. “Dei-me conta da maldade que existia à minha volta, das mentiras, (...), de várias tentativas para que eu e o Rodrigo nos afastássem­os (...). Tudo isto acompanhad­o com o início de um tratamento de fertilizaç­ão”.

LILIANA DIZ QUE DEPRESSÃO

SURGIU APÓS MORTE DA MÃE, E APÓS DESCOBRIR “MENTIRAS” À SUA VOLTA

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