Correio da Manhã Weekend

Sociedade com 1000 € explora ouro e prata

NEGÓCIO Criada há seis meses por canadianos e espanhóis a PorMining diz que consegue investir 2,4 milhões GOVERNO Secretaria de Estado garante ao CM que a empresa tem “idoneidade”

- RAQUEL OLIVEIRA NOTÍCIA EXCLUSIVA DA EDIÇÃO EM PAPEL

OrrEstado assinou com uma presa criada há seis meses e que tem um capital social de mil euros um contrato que prevê um investimen­to de 2,4 milhões de euros, para exploração de cobre, ouro e prata no Alentejo. A PorMining, constituíd­a por canadianos e espanhóis, ficou com os direitos de exploração de uma área de 113 km2, nos concelhos de Grândola e Santiago do Cacém.

“Foram apresentad­os os documentos que atestam a idoneidade da PorMining nos termos da lei”, garante ao CM fonte oficial da secretaria de Estado da Energia, liderada por João

Galamba, explicando que esta nova empresa resulta de uma ‘joint venture’ entre a Maepa e a Matsa. De acordo com a mesma fonte, foi ainda prestada uma garantia bancária no valor de 100 mil euros.

A PorMining assinou um contrato de três anos, prorrogáve­l por mais dois, para a exploração mineira de cobre, chumbo, zinco, estanho, ouro e prata - denominada ‘Alvalade’.

Este contrato mineiro foi um dos 16 assinados a 15 de junho, nas vésperas da aprovação de uma lei que vai apertar as regras ambientais e dar mais poder aos municípios (ver caixa).

O contrato de exploração para

A Avrupa, sociedade dona da Maepa, anunciou o contrato a 25 de junho, no Canadá, antes mesmo da DGEG o divulgar publicamen­te em Portugal.

Uma das donas da PorMining, a Maepa, perdeu no início de 2017 os direitos de um contrato na zona de Santa Margarida do Sado por incumprime­nto.

Os três últimos contratos com a Maepa - Alvito, Marateca e Mértola - já caducaram, um dos quais registou um investimen­to abaixo do previsto. ‘Alvalade’ foi assinado pela PorMining mas não foi esta empresa que oficialmen­te requereu os direitos. Segundo o Diário da República, foi a Maepa que a 15 de janeiro de 2020 requereu os direitos de exploração à Direção-Geral de Energia e Geologia (DGEG). Contactada pelo CM, a Maepa não respondeu à questão do porquê ter cedido os direitos de exploração a outra sociedade. A PorMining Unipessoal Lda foi fundada a 17 de dezembro de 2019 pelos canadianos da Maepa com mil euros de capital social. Quatro meses depois, em abril de 2020, a Emisurmin (espanhola), fundada pela Matsa, entrou no capital da PorMining.n

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Direitos de exploração abrangem 113 km2 nos concelhos de Grândola e Santiago do Cacém durante três anos
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