Fogos na Amazónia são os piores da década
RECORDE Número de incêndios nos primeiros nove meses deste ano já ultrapassou o total do ano passado PREOCUPAÇÃO Mais de 60% da área afetada era de floresta virgem, contra 15% em 2019
Ors incêndios na Amazónia brasileira nos primeiros nove meses de 2020 já superaram os registados em todo o ano de 2019, e que foram considerados, então, uma tragédia incalculável para o Brasil e o Mundo, e já são os maiores dos últimos 10 anos. Os dados, negados pelo presidente Jair Bolsonaro em discurso na ONU, foram confirmados esta semana pelo INPE, Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais.
Só no passado mês de setembro, segundo o INPE, a Amazónia registou uns assustadores 32017 focos de incêndio, a
rmaior parte deles de grandes proporções pois a falta de meios e de interesse do governo central limita o combate ao fogos. Trata-se de um aumento de 61% em relação ao mesmo mês do ano passado. No acumulado do ano, o aumento em relação a 2019 é já de 13%, e ainda faltam três meses para o ano terminar.
Ao contrário do ano passado, quando agosto foi o pior mês e em setembro os incêndios diminuíram significativamente, este ano agosto e setembro foram igualmente terríveis. Pior ainda, dados da Amazon Conservation, dos EUA, mostram que este ano 62% da área devastada pelo fogo não
Teoria da conspiração
Após as críticas do candidato democrata Joe Biden ao desflorestamento, Jair Bolsonaro exortou as Forças Armadas brasileiras a estarem preparadas para defender a Amazónia, pois, segundo ele, a cobiça internacional pelas riquezas da floresta pode fazer algum país cometer “uma asneira”.
Outro bioma extremamente importante, o Pantanal, já superou em 2020 o recorde de incêndios da sua história, registando até final de setembro mais de 18 mil fogos, contra 12 mil no ano até agora mais trágico, 2005. era de floresta já desmatada e sim de mata virgem, em regiões ainda intocadas da Amazónia, contra apenas 15% em 2019, e nada indica que a situação melhore a curto prazo.
“Tivemos dois meses de muito fogo. Pior do que o ano passado já está, e pode piorar ainda mais”, afirmou a diretora científica do Instituto de Pesquisas da Amazónia, Ane Alencar, mostrando o ceticismo dos especialistas em relação ao futuro da maior floresta tropical do mundo, assolada por uma das piores secas da sua história mas também, e principalmente, vítima da ação de invasores incentivados pelo governo Bolsonaro, que defende a ocupação da Amazónia em prol de uma melhoria económica do país.n