Redes que condicionam
Não há pais e avós que não se queixem de ver os filhos e netos transformados em assustadores pólos de incomunicabilidade, sempre de olhos postos nos aparelhos que os mantêm sintonizados com as redes sociais em que desesperadamente perseguem os ‘gostos’ que validam o que são e o que fazem. Dito assim, pode parecer uma caricatura anti-tecnológica, mas é, na realidade, muito pior do que isso, sendo o retrato de um tempo que gera ansiedade e depressão e agrava a polarização da vida.
‘O Dilema das Redes Sociais’, um excelente documentário com o selo da Netflix, revela que somos meros “produtos” num “mercado que joga com o futuro dos humanos”.
Passámos da sociedade da informação para a sociedade da desinformação, o que leva a investigadora norte-americana Ana Lembke a dizer que “as redes sociais são uma droga”. Essa droga é invasiva e profundamente manipuladora.
O documentário, enquanto resistir, dá voz aos protagonistas que se cansaram e que agora denunciam os perigos que nos cercam. “Nada imenso entra na nossa vida sem trazer uma maldição”, disse o grego clássico Sófocles, sabendo bem do que falava. É preciso ver e pensar.n
PASSÁMOS DA SOCIEDADE DA INFORMAÇÃO PARA A DA DESINFORMAÇÃO