1,7 MILHÕES DE TELEMÓVEIS SEM ACESSO À STAYAWAY COVID
TECNOLOGIA Telemóveis anteriores a 2016 são os que mais vedam a instalação da aplicação de alerta AVISO Governo defende ferramenta para controlo da pandemia e diz que poderá ter de apertar as restrições
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Cerca de 1,7 milhões de smartphones não têm condições técnicas para descarregar a aplicação StayAway Covid. Ou seja, cerca de 20% dos telemóveis com acesso à internet a circular em Portugal, segundo estimativas da IDC, uma consultora especializada em tecnologia. Já o primeiro-ministro insiste que instalar a aplicação é uma forma de evitar novas restrições, controlando a pandemia no País.
Para ser instalada, a aplicação exige que os aparelhos tenham sido lançados a partir de 2016 e que tenham sido feitas as atualizações mais recentes nos telemóveis, explicou ao CM Francisco Jerónimo, da IDC. Tendo com conta as vendas em Portugal, a consultora calcula que estejam em circulação 8,2 milhões de smartphones em Portugal.
Quanto à aplicação propriamente dita, o especialista em telemóveis garante que “é segura, não recolhendo qualquer dado dos utilizadores, nem sequer a localização”. Tendo sido desenvolvida em Portugal, diz, a informação é toda nacional e recolhida a partir de servidores em Portugal - ou seja, não tem intermediários como a Google.
Foi também nessa garantia de segurança que insistiu ontem o primeiro-ministro, lamentando os “equívocos” e “pressupostos errados” que têm alimentado as polémicas sobre a StayAway Covid. António Costa diz não gostar da medida mas alerta que este é um dos caminhos para evitar ter de apertar restrições. Para o chefe do Governo, é melhor “recorrer a esta medida do que estar daqui a umas semanas ou daqui a um mês ou daqui a dois meses a ter de impor medidas muito mais restritivas”. Em Bruxelas, alertou ainda esperar “que isto não chegue ao ponto onde o Presidente da República tenha de novo de colocar a questão do estado de emergência”.
Apesar de o Governo querer tornar a aplicação obrigatória em empresas ou escolas, Costa passa a decisão para a Assembleia da República e admite que o poder de fiscalização é reduzido. “Ninguém vai andar obviamente a fazer revistas e operações Stop para ver se tem ou não a aplicação”, afirmou.n
GOVERNO
ADMITE TER PODER LIMITADO PARA FISCALIZAR USO DA APP
ESPECIALISTA
REFORÇA QUE APLICAÇÃO É SEGURA PARA OS UTILIZADORES
PRIMEIRO-MINISTRO
NÃO DESCARTA NOVO ESTADO DE EMERGÊNCIA NO PAÍS