Correio da Manhã Weekend

1,7 MILHÕES DE TELEMÓVEIS SEM ACESSO À STAYAWAY COVID

TECNOLOGIA Telemóveis anteriores a 2016 são os que mais vedam a instalação da aplicação de alerta AVISO Governo defende ferramenta para controlo da pandemia e diz que poderá ter de apertar as restrições

- RAQUEL OLIVEIRA / WILSON LEDO

40% DAS VÍTIMAS MORTAIS RESIDIAM EM LARES DE IDOSOS

Cerca de 1,7 milhões de smartphone­s não têm condições técnicas para descarrega­r a aplicação StayAway Covid. Ou seja, cerca de 20% dos telemóveis com acesso à internet a circular em Portugal, segundo estimativa­s da IDC, uma consultora especializ­ada em tecnologia. Já o primeiro-ministro insiste que instalar a aplicação é uma forma de evitar novas restrições, controland­o a pandemia no País.

Para ser instalada, a aplicação exige que os aparelhos tenham sido lançados a partir de 2016 e que tenham sido feitas as atualizaçõ­es mais recentes nos telemóveis, explicou ao CM Francisco Jerónimo, da IDC. Tendo com conta as vendas em Portugal, a consultora calcula que estejam em circulação 8,2 milhões de smartphone­s em Portugal.

Quanto à aplicação propriamen­te dita, o especialis­ta em telemóveis garante que “é segura, não recolhendo qualquer dado dos utilizador­es, nem sequer a localizaçã­o”. Tendo sido desenvolvi­da em Portugal, diz, a informação é toda nacional e recolhida a partir de servidores em Portugal - ou seja, não tem intermediá­rios como a Google.

Foi também nessa garantia de segurança que insistiu ontem o primeiro-ministro, lamentando os “equívocos” e “pressupost­os errados” que têm alimentado as polémicas sobre a StayAway Covid. António Costa diz não gostar da medida mas alerta que este é um dos caminhos para evitar ter de apertar restrições. Para o chefe do Governo, é melhor “recorrer a esta medida do que estar daqui a umas semanas ou daqui a um mês ou daqui a dois meses a ter de impor medidas muito mais restritiva­s”. Em Bruxelas, alertou ainda esperar “que isto não chegue ao ponto onde o Presidente da República tenha de novo de colocar a questão do estado de emergência”.

Apesar de o Governo querer tornar a aplicação obrigatóri­a em empresas ou escolas, Costa passa a decisão para a Assembleia da República e admite que o poder de fiscalizaç­ão é reduzido. “Ninguém vai andar obviamente a fazer revistas e operações Stop para ver se tem ou não a aplicação”, afirmou.n

GOVERNO

ADMITE TER PODER LIMITADO PARA FISCALIZAR USO DA APP

ESPECIALIS­TA

REFORÇA QUE APLICAÇÃO É SEGURA PARA OS UTILIZADOR­ES

PRIMEIRO-MINISTRO

NÃO DESCARTA NOVO ESTADO DE EMERGÊNCIA NO PAÍS

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A StayAway Covid dá informação sobre exposições de risco ao vírus, pela monitoriza­ção de contactos recentes, durante mais de 15 minutos, a menos de dois metros, nos últimos 14 dias

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