Polícia condenado por furto de 55 Glock
ACÓRDÃO Luís Gaiba foi punido com 9 anos e 8 meses de prisão por plano para desviar pistolas do depósito da PSP, em Lisboa CÚMPLICE António Laranjinha levou pena de 5 anos e 10 meses
Ors juízes do Tribunal Central Criminal de Lisboa não tiveram dúvidas e condenaram ontem, a 9 anos e 8 meses de prisão, o agente da PSP Luís Gaiba, considerando-o mentor do plano que levou ao furto de 55 pistolas Glock do depósito de armamento da Direção-Nacional desta força de segurança. António Laranjinha, considerado o recetador do material furtado, foi também punido com pena efetiva de 5 anos e 10 meses.
O tribunal condenou ainda a prisão efetiva mais dois arguidos. Outros cinco apanharam penas suspensas ou multas, e os
rrestantes três foram absolvidos. Entre os últimos está João Paulino, ex-fuzileiro que estava acusado de ter ajudado no escoamento do material furtado.
Segundo o acórdão, Luís Gaiba, que está suspenso de funções há três anos, passou cerca de 13 meses (entre finais de 2015 e janeiro de 2017) a aproveitar-se das falhas de segurança que o próprio detetou na qualidade de responsável da sub-secção de armamento da PSP, para desviar as pistolas Glock. As armas, que não estavam distribuídas a polícias, foram levadas com estojos, manuais e carregadores. A juíza-presidente criticou mesmo o facto de Gaiba
Santos Oliveira, advogado de Luís Gaiba, disse que este foi condenado “por dedução”. Por isso, vai recorrer à Relação.
A acusação de associação criminosa caiu para vários arguidos. Não se provou a existência de um plano.
Manuel das Neves, dono de uma empresa avícola, foi condenado a 4 anos de prisão, suspensos, porque o tribunal entendeu que colocou munições em contentores para a Guiné-Bissau, num crime separado das Glock. ter sempre negado em tribunal a participação no desvio das armas, quando “as provas, nomeadamente as escutas, são evidentes”.
Além da pena de prisão, Luís Gaiba fica proibido durante 10 anos de ter armas de fogo e está impedido durante cinco de ser funcionário público. Ao cúmplice, António Laranjinha, foi também aplicada a interdição de uso de armas durantecinco anos. Foi escutado a fazer entregas de dinheiro a Huesley Gaiba, mulher do agente da PSP (condenada a 3 anos de prisão, pena suspensa), tendo parte da verba sido usada por Luís Gaiba, no dia seguinte, para comprar um carro. A grande maioria das 55 armas furtadas à PSP continua por recuperar.n