O ESTADO DE DIREITO NÃO OS ENDIREITOU
AComissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) e a Entidade Reguladora dos media (ERC), a quem cabe pronunciar-se sobre a compra da Media Capital, dona da TVI, acusaram a empresa de Mário Ferreira de concertação com os espanhóis da Prisa e de já lá estar a intervir na gestão, o que lhe é legalmente interdito. Esta situação soma-se ao estranho ‘bouquet’ de accionistas que Ferreira arrebanhou para comprar a Media Capital, quem sabe se prometendo a revenda muito em breve com lucros altos, impossíveis de obter-se a vender passeios no Douro, tintas para paredes ou como actor em novelas. A CMVM e a ERC mostraram o Estado de direito a funcionar, o que é bom. Mas também é certo que o sistema está construído de modo a que, apesar das decisões das únicas duas entidades do Estado que poderiam pronunciar-se sobre o cambalacho, Ferreira já pôs e dispôs na TVI e continua hoje a pôr e dispor na TVI. O Estado de direito ainda lá não endireitou nada.n