POLÍCIA JUDICIÁRIA DESCOBRE CASO DE PEDOFILIA QUE FEZ VÁRIAS VÍTIMAS NOS ÚLTIMOS 20 ANOS.
INVESTIGAÇÃO Empresário e colecionador de arte detido pela PJ após investigação por abusos sobre menores ALICIAMENTO Pagava jantares e abria a casa de luxo para encontros que terminavam em relações sexuais
Há duas semanas, o pai de um adolescente entrou na Polícia Judiciária para denunciar um caso de pedofilia em Cascais. Segundo o filho lhe tinha contado, um “velhote” andava a abordá-lo, com convites para refeições em restaurantes de luxo, passeios de Bentley e festas. Na denúncia, o homem avisava que poderia haver mais vítimas pois já havia relatos da presença deste ‘predador’ em várias zonas de Cascais. Os inspetores da PJ foram para o terreno e em poucos dias desvendaram um caso de pedofilia que deixou vítimas nos últimos 20 anos. Na quinta-feira o principal suspeito foi detido na mansão de luxo a poucos metros da Boca do Inferno. Trata-se de António Olmos, um empresário de 74 anos conhecido pela coleção de arte de que é proprietário e pela presença nos circuitos do jet set de Cascais. Ficou em prisão preventiva.
Segundo o CM apurou, as diligências da PJ no terreno apuraram que António Olmos deslocava-se com frequência a escolas e colégios privados e a um clube de râguebi da cidade onde aliciava os menores. Pagava-lhes jantares, saídas à noite para bares e deixava-os conduzir o Bentley.Depois convidava-os para se juntarem em casa dele e continuar a festa. No final, dava-lhes dinheiro. De acordocomorelato de um dos jovens que frequentavam a casa, os valores variavam “dependendo do que faziam”.
Os relatos feitos à PJ deixaram perceber que o empresário mantinha este esquema há pelo menos 20 anos, havendo vítimas que atualmente já são casadas e têm filhos, mas nunca denunciaram a situação. Embora alguns destes crimes já estejam prescritos, os dados recolhidos permitem perceber que terá feito dezenas de vítimas, sobretudo de classe média-alta.
O pai de um dos jovens abusados relatou à SIC que António Olmos começava por seduzir menores com 14 anos, que “alimentava” com ofertas ao longo do tempo, mas “tinha o cuidado de só avançar para os atos sexuais” quando estes já tinham 16 anos, o que em termos judiciais poderá reduzir a moldura penal que venha a ser aplicada durante o julgamento.n