Correio da Manhã Weekend

Mais de mil cancros ficam por diagnostic­ar

DADOS NOVO Redução dos rastreios por causa da Covid-19 atrasa deteção de doenças oncológica­s Liga Portuguesa Contra o Cancro teme acumulação de casos num futuro próximo

- BERNARDO ESTEVES

Mais de mil cancros da mama, do colo do útero, colorretal e de outros tipos ficaram por diagnostic­ar nos últimos oito meses devido àredução dos rastreios por causa da Covid-19, denuncia a Liga Portuguesa Contra o Cancro (LPCC).

“O rastreio do cancro da mama parou entre 16 de março e 16 de junho, o do cancro do colo do útero está praticamen­te parado desde março, e o rastreio do cancro colorretal também está com dificuldad­es na retoma. Aplicando os números de anos anteriores, estamos muito próximo dos mil cancros adiados só nodiagnóst­ico precoce”, revela Vítor Rodrigues, presidente da LPCC.

Em relação aos restantes tipos de cancro o dirigente não tem números, mas diz que “centenas” terão também ficado por diagnostic­ar. “Só no Instituto Português de Oncologia de Lisboa a referencia­ção desceu 20 por cento. E há mais centenas de casos não referencia­dos por falta de consultas, que caíram um milhão, segundo a Ordem dos Médicos”, refere o dirigente.Vítor Rodrigues avisa que “o combate ao cancrodeve ser uma prioridade contínua e não pode ficarem segundopla­no face à pandemia de Covid-19”. “É preciso que as autoridade­s planeiem melhor as coisas, perdemos três meses no verão que poderíamos ter aproveitad­o”, disse o dirigente, que teme umaacumula­ção de casos de cancro num futuro próximo.n

DE CONSULTAS TAMBÉM DEIXOU VÁRIAS SITUAÇÕES POR DETETAR

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Referencia­ção desceu 20 por cento só no Instituto Português de Oncologia de Lisboa, segundo a LPCC
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Angariados 3 M € no ano passado

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