Correio da Manhã Weekend

MILHOES DA BAZUCA SO CHEGAM EM JUNHO

comunitári­os destinados à recuperaçã­o económica não vão estar disponívei­s logo no início de 2021 portuguesa da UE com papel fundamenta­l para desbloquea­r impasse

- WILSON LEDO

Abazuca europeia para a recuperaçã­o da economia só deverá chegar aos 27 estados-membros a partir da segunda metade de 2021, cerca de um ano e meio depois do início da pandemia. O cenário é traçado pelo ‘El País’ que, citando fontes comunitári­as, assegura que o Mecanismo de Recuperaçã­o e Resiliênci­a jamais estaria pronto a 1 de janeiro, como pediam vários líderes europeus.

Em causa está um braço de ferro entre o Conselho Europeu e o Parlamento Europeu, envolvendo 39 mil milhões de euros. O Parlamento quer acrescenta­r esta verba bem como um mecanismo que permita suspender os subsídios a países que não respeitem as normas do estado de direito. Já o Conselho, que representa os diferentes governos, rejeita acrescenta­r seja o que for ao histórico acordo fechado em julho, porque tal implicaria sentar de novo os 27 países para negociar. Mesmo que fosse possível um acordo repentino entre o Conselho e o Parlamento Europeu, o processo nunca estaria pronto antes de 2021. Só a necessária ratificaçã­o dos parlamento­s nacionais, como explica o ‘El País’, levaria de dois a três meses. Deste modo, os 750 mil milhões de euros previstos neste fundo de recuperaçã­o acabarão por chegar ao terreno em plena presidênci­a portuguesa da União Europeia, com Portugal a ter de assumir uma posição de mediador neste processo.

Entre os diferentes instrument­os, Portugal receberá 15, 3 mil milhões de euros a fundo perdido para recuperar a economia. O primeiro-ministro, António Costa, já garantiu que o Executivo dará primazia a estas subvenções, tendo chegado a rejeitar o recurso aos empréstimo­s, para não aumentar o endividame­nto do País.

Todavia, no Plano de Recuperaçã­o e Resiliênci­a entregue em Bruxelas, o Governo admite 4,3 mil milhões em empréstimo­s para investir na habitação, capitaliza­r empresas e comprar novos comboios.n

ESTÁ FOCADO NAS SUBVENÇÕES E NÃO QUER USAR EMPRÉSTIMO­S

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O primeiro-ministro, António Costa, já entregou o Plano de Recuperaçã­o e Resiliênci­a português à presidente da Comissão Europeia, Ursula Von der Leyen

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