Correio da Manhã Weekend

À espera

- BOLETIM CLÍNICO Ricardo Baptista Leite

Milhões de portuguese­s continuam a ser empurrados para listas de espera intermináv­eis. Mais de um milhão de portuguese­s continua sem médico de família atribuído.

Esta semana, a Ministra da Saúde anunciou a recuperaçã­o da atividade assistenci­al do Serviço Nacional de Saúde. À primeira vista, os dados mostram uma evolução positiva na atividade referente a consultas e cirurgias comparativ­amente com o ano de 2020 e, em alguns casos, com o ano de 2019. No entanto, fica por explicar quantas destas respostas foram presenciai­s e, dessas, quantas foram consultas reais ou simplesmen­te telefonema­s do TRACE COVID. Dados enganadore­s, no mínimo. Assim como não existem dados sobre os tempos

VALORIZAR O SNS PASSA POR GARANTIR O ACESSO ATEMPADO

À SAÚDE

de espera para exames complement­ares ou o que está a ser feito para retomar os rastreios oncológico­s.

Mais, dados de abril de

2021 mostram que muitos cidadãos não têm acesso aos cuidados de que precisam. Exemplo disso são os 1427 dias de espera por uma consulta de cardiologi­a no Hospital Sousa Martins na Guarda, ou os 76 dias para uma consulta muito prioritári­a de Pneumologi­a no Hospital Universitá­rio de Coimbra.

Numa altura em que um em cada quatro portuguese­s deixou de recorrer ao SNS por receio da pandemia, é preciso reinventar os modelos de gestão. Valorizar o SNS passa por garantir o acesso atempado à saúde.

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