Há décadas que os três grandes não mantinham os mesmos treinadores
EM SIMULTÂNEO r Desde 1986 que Sporting, FC Porto e Benfica não tinham no banco técnico os mesmos treinadores na 1ª jornada de uma época e na 1ª jornada da seguinte TROIKA r Rúben Amorim foi campeão, Sérgio Conceição renovou após o fim da Liga e Jorge Jesus resistiu à pressão exterior. Todos continuam
Sporting, FC Porto e Benfica começam a época 2021/22, em simultâneo, com os mesmos treinadores com que iniciaram a temporada passada. Pode parecer um dado banal, mas não acontecia no futebol português há 35 anos. No longo entretanto houve sempre mudanças que impediram o cenário de estabilidade – ou pelo menos aparente estabilidade – que agora acontece.
As mudanças técnicas têm, normalmente, a ver com fins de ciclo ou com maus resultados. E como em três só um deles pode ganhar o campeonato, há sempre dois a perder. Por isso, as probabilidades de alterações são elevadas, de acordo com os padrões culturais do futebol português e também dos países do sul da Europa.
Na época passada, o Sporting foi campeão. E por isso Rúben Amorim tinha, desde logo, continuidade assegurada, ainda que muitas vezes o sucesso também tenha ligação direta com a saída. Mas é mais raro.
No FC Porto, o cenário da mudança técnica chegou a ser equacionado. Sérgio Conceição deixou findar o campeonato sem renovar, o que abria desde logo a porta a alterações. Acabou por se comprometer com o clube por mais três épocas e por isso aí está ele, de pedra e cal, na cadeira que ocupa desde 2017.
No Benfica, Jorge Jesus tem contrato válido até 2022. Mas o facto de ter falhado todos os objetivos desportivos colocava a continuidade em risco. Esse foi, de resto, um debate recorrente na opinião pública. Mas o técnico resistiu à pressão exterior e continua em funções, tal como determina o contrato.
Para encontrar um quadro semelhante, seria preciso andar para trás no tempo até às longínquas épocas de 1985/86 e 1986/87 (ver caixa). De lá para cá, nunca mais os mesmos três treinadores de Sporting, FC Porto e Benfica se sentaram no chamado banco técnico (vulgarmente conhecido como banco de suplentes) na 1ª jornada de uma época e na 1ª jornada da seguinte.
MUDANÇAS TÉCNICAS TÊM NORMALMENTE QUE VER COM MAUS RESULTADOS
SUCESSO TAMBÉM PODE LEVAR À TROCA. MAS É BEM MAIS RARO