Exigimos mais, muito mais
Feito o necessário luto após a prestação de Portugal no Euro 2020, importa tentar perceber para onde vai esta seleção. E a ideia a sublinhar não é a mais otimista. Uma geração talentosa, porventura o melhor coletivo de sempre, repleto de nomes sonantes da baliza até à linha avançada e provido de soluções em catadupa, regressou à casa de partida de forma inglória, triste resultado de um futebol demasiado penoso para tanta capacidade.
Fernando Santos é intocável, ao que parece em nome da estabilidade. Esta é a ideia reinante na Federação, apesar da participação modesta e do futebol apresentado. Ser campeão em 2016
ESTAMOS A ESBANJAR
O TALENTO DA NOVA GERAÇÃO DE OURO
continua a valer um crédito ilimitado. Em França, Didier Deschamps, campeão do Mundo e finalista vencido num campeonato da Europa, esteve na corda bamba. Ganhou um jogo, empatou dois e perdeu nos penáltis. Portugal contabilizou duas derrotas, um empate e uma vitória, sempre com a música de fundo “pouco importa pouco importa, se jogamos bem ou mal”. Marcar um golinho, pôr a equipa na retranca e rezar com fervor já há muito devia deixar de satisfazer os adeptos. Praticar bom futebol e evidenciar uma tremenda fome de vencer é um imperativo e não apenas o acessório de uma qualquer vitória arrancada a ferros. Estamos a perder uma nova geração de ouro. Todos temos essa noção, mas nada se faz para mudar um futuro anunciado.n