As granadas de Cabrita
A abertura de um processo à patrulha da GNR que acorreu à rixa em Reguengos de Monsaraz, devido à sua visível passividade, deve levar os inquisidores a avaliar, em primeiro lugar, o porquê de os dois militares estarem sozinhos. Numa zona de atuação gigante, quantas patrulhas existiam além daquela? Nenhuma!
Não se pense que só acontece no Interior. Hoje e amanhã no distrito de Setúbal, fustigado pelo crime grave e violento, há vários postos da GNR que por falta de pessoal têm de receber um homem de outro. Essa patrulha solitária vai tentar assegurar a resposta às ocorrências em várias freguesias onde há viveiros de bandidos. Serão dois homens para mais de 100 mil pessoas.
Há que questionar como é feita a gestão. Há poucos militares ? Ou 23 mil GNR são suficientes, mas estão mal atribuídos ? Como se justifica que, após décadas de promessas de governos, ainda existam milhares de polícias em funções não policiais? Em secretarias, a servir de condutores a oficiais, a realizar notificações que qualquer carteiro podia assegurar…
É para isto que Eduardo Cabrita tem de olhar. E resolver!
Mas temos um ministro da Administração Interna que, já sem força, insiste em atirar granadas que lhe rebentam nas mãos.n