Correio da Manhã Weekend

As granadas de Cabrita

- SÉRGIO A. VITORINO JORNALISTA

A abertura de um processo à patrulha da GNR que acorreu à rixa em Reguengos de Monsaraz, devido à sua visível passividad­e, deve levar os inquisidor­es a avaliar, em primeiro lugar, o porquê de os dois militares estarem sozinhos. Numa zona de atuação gigante, quantas patrulhas existiam além daquela? Nenhuma!

Não se pense que só acontece no Interior. Hoje e amanhã no distrito de Setúbal, fustigado pelo crime grave e violento, há vários postos da GNR que por falta de pessoal têm de receber um homem de outro. Essa patrulha solitária vai tentar assegurar a resposta às ocorrência­s em várias freguesias onde há viveiros de bandidos. Serão dois homens para mais de 100 mil pessoas.

Há que questionar como é feita a gestão. Há poucos militares ? Ou 23 mil GNR são suficiente­s, mas estão mal atribuídos ? Como se justifica que, após décadas de promessas de governos, ainda existam milhares de polícias em funções não policiais? Em secretaria­s, a servir de condutores a oficiais, a realizar notificaçõ­es que qualquer carteiro podia assegurar…

É para isto que Eduardo Cabrita tem de olhar. E resolver!

Mas temos um ministro da Administra­ção Interna que, já sem força, insiste em atirar granadas que lhe rebentam nas mãos.n

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