Não há limites
Antigamente, quando havia incompetência grave, os ministros faziam uma vénia e retiravam-se para longe, sob uma chuvada de assobios. Agora, não é preciso: basta remover a pedra do sapato. Funcionários do SEF espancaram até à morte um cidadão ucraniano? Extinga-se o SEF, ordenou o ministro, apesar da responsabilidade última ser dele. Os adeptos do Sporting festejaram o título sem
CABRITA É EXCELENTE A REMOVER AS PEDRAS DO SAPATO
freios e ajudaram a arruinar o Verão turístico nacional? Reveja-se o direito de reunião e manifestação, sugeriu o ministro, apesar da inacção do MAI ter sido indecorosa. E se, por hipótese, o inquérito à morte do trabalhador da Brisa indicar que o carro ministerial circulava acima do limite de velocidade, ainda veremos o nosso Cabrita a propor a extinção desse limite.
No fundo, não é o ministro que tem de se adaptar ao país, à lei e à decência. O país, a lei e a decência é que têm de adaptar-se ao ministro.n