Correio da Manhã Weekend

DÍVIDA DE 270 EUROS IMPEDE CRIANÇA DE IR À ESCOLA

CASO r Dívida de 270 euros referente a pagamento das refeições do rapaz de cinco anos na origem de proibição QUEIXA r Menor beneficia de apoio social. Mãe lamenta insensibil­idade da autarquia

- ALEXANDRE SALGUEIRO

Uma criança de cinco anos que frequenta o Jardim de Infância do Centro Escolar de Seia foi impedida de entrar no estabeleci­mento devido a um diferendo entre a mãe e a câmara municipal. Em causa está uma dívida de 270 euros referente a refeições e prolongame­nto de horário ao longo do último ano letivo.

A encarregad­a de educação alega que só tomou conhecimen­to da dívida poucos dias antes do final do ano letivo e do início do programa de Atividades de Animação e Apoio à Família (AAAF), promovido pela autarquia, desde 9 de julho até final de agosto.

QUEIXOSA SENTIU-SE HUMILHADA. NÃO TINHA ONDE DEIXAR O FILHO

“Ao chegar à escola no primeiro dia das AAAF, a funcionári­a, muito envergonha­da, disse que a criança não podia entrar e que teria que ir à câmara resolver o problema. Senti-me humilhada e desamparad­a porque não tinha onde deixar o menino, que me perguntava por que não podia entrar se não se tinha portado mal”, conta a mãe, que prefere não se identifica­r para não expor a criança e os irmãos, de três e 16 anos.

Ao Correio da Manhã, a empregada de limpeza, de 35 anos, e que vive sozinha com os três filhos, disse desconhece­r essa dívida “porque os meninos sempre estiveram no primeiro escalão de apoio social e, portanto, não tinham que pagar esses complement­os”.

Na origem da situação está a falha na entrega da declaração da Segurança Social relativa ao abono de família. “Foi um lapso, devido à pandemia e à confusão no processo de matrícula”, alega a mãe do menor. “Não acho que fosse obstáculo para a resolução do problema”, sublinha.

“Bastava um bocadinho de bom senso da autarquia, mas sempre que me dirigi aos serviços da câmara deparei-me com uma parede de incompreen­são”, desabafa a encarregad­a de educação.n

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Falha na entrega de declaração para apoio social motiva diferendo. Centro Escolar de Seia não permitiu entrada
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Carlos Filipe Camelo, autarca

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