BOMBEIRA VÍTIMA DE ACIDENTE SEGUIA UMA PAIXÃO DESPERTADA PELOS IRMÃOS. MORREU À SUA FRENTE.
DEDICAÇÃO r Neuza Guedes, de 36 anos e bombeira há 15, era a chefe de equipa. Carlos Morais, de 22, estava na corporação há cinco anos. Condutor, em choque, recebeu apoio psicológico
Desde criança que Neuza Guedes tinha uma paixão pelos bombeiros. Ao ver os irmãos mais velhos, Bruno e Luís, ingressarem nos Bombeiros Voluntários de Vinhais, seguiu-lhes os passos. Salvar vidas e proteger a população era a missão a que dedicou a vida. Quis o destino que fossem os irmãos os primeiros a chegar ao local da tragédia e a tentar socorrê-la. Impotentes, viram-na morrer ao lado do colega da corporação, Carlos Morais. Mesmo assim, tiveram forças para salvar os outros bombeiros feridos no acidente.
A viatura em que seguiam os cinco operacionais despistou-se, ao final da tarde de quinta-feira, a caminho de um incêndio florestal em Travanca, também no concelho de Vinhais. Caiu a uma ravina de mais de 20 metros e capotou.
Neuza, de 36 anos, Carlos, de 22, e a colega Elsa Santos, de 46, ficaram debaixo da viatura. Apenas Elsa sobreviveu, com ferimentos graves, e foi helitransportada para o Hospital de Vila Real. Ao que o CM apurou, a operacional continuava ontem internada, mas estável.
O condutor sofreu ferimentos ligeiros e teve alta ontem. Foi levado para o quartel dos bombeiros, onde recebeu apoio dos psicólogos do INEM e da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil, tal como de elementos da corporação.
Neuza era a chefe de equipa. A bombeira de 2.ª classe entrou na corporação de Vinhais há 15 anos. Deixa um filho de 11 anos. Já Carlos era bombeiro de 3.ª
VIATURA CAPOTOU AO LONGO DE 20 METROS. TRÊS FICARAM ENCARCERADOS
classe. Ingressou nos bombeiros de Vinhais há cinco anos.
A investigação do acidente está agora a cargo do Núcleo de Investigação Criminal de Acidentes de Viação da GNR de Bragança. Ontem de manhã, também uma equipa de inspetores da Proteção Civil foi ao local para recolher dados sobre o despiste mortal.n