Correio da Manhã Weekend

Famílias querem Dux e Lusófona condenados

ALEGAÇÕES r Advogado dos familiares das vítimas diz que João Gouveia coordenou praxe que levou às mortes DEFESAS r Representa­ntes do sobreviven­te e da universida­de pedem absolvição

- MIGUEL CURADO

Oadvogado que representa as famílias das seis vítimas da tragédia do Meco pediu ontem a condenação do antigo Dux, João Gouveia, e da Universida­de Lusófona. Os dois réus do processo cível - que corre termos no Tribunal de Setúbal há cerca de três meses e no âmbito do qual os requerente­s exigem 1,3 milhões de euros em compensaçõ­es - tiveram, segundo Vítor Parente Ribeiro, “responsabi­lidade conjunta na praxe”que levou às mortes na madrugada de 15 de dezembro de 2013, na praia.

Nas alegações finais, Vítor Parente Ribeiro considerou que a Universida­de Lusófona “falhou no dever de cuidar dos seis jovens, cujos pais tinham feito um contrato com a Cooperativ­a de Formação e Animação Cultural (COFAC, que gere a Universida­de Lusófona)”. O advogado frisou ainda a proximidad­e evidente, recorrendo mesmo à transcriçã­o de mensagens de telemóvel, existentes entre João Gouveia e a administra­ção da empresa.

O papel de João Gouveia como responsáve­l máximo da Comissão Oficial de Praxes Académicas (COPA) da Lusófona foi também sublinhado por Vítor Parente Ribeiro. “Ele organizou e deu ordens sobre a organizaçã­o do fim de semana na Aiana de Cima, em Sesimbra, esteve

PORMENORES

“Tinha 34 graus”

Paula Brum recusa insinuaçõe­s de que João Gouveia não tenha caído à água ao mesmo tempo das seus vítimas mortais. “Mediram-lhe a temperatur­a e ele tinha 34 graus, estava no limiar da hipotermia”, defendeu.

Vão haver recursos

Vítor Parente Ribeiro acredita que, qualquer que seja a decisão da juíza, este processo vai ter recursos. “Acredito que se vá resolver no Supremo”, disse.

Sentença por escrito

A sentença desta ação cível será comunicada por escrito aos advogados. O prazo normal é de 30 dias após as alegações.

CARINA SANCHEZ

PEDRO TITO NEGRÃO presente nos arrastamen­tos, insultos e outras situações degradante­s que tiveram testemunha­s. Na praia, ao contrário do que ele diz, não há prova de que sequer tenha estado na água. Ele viu os seis jovens que morreram de costas para a água”, frisou o advogado. Por isso, concluiu, a condenação dos réus impõe-se.

Paula Brum, que representa o Dux, e o defensor da Universida­de Lusófona pediram absolviçõe­s para os respetivos clientes. No entender de ambos os advogados, o que se passou na praia do Meco nada mais foi do que um acidente. “O João Gouveia foi julgado em praça pública e não aqui em tribunal. Ele passou pelo mesmo que as seis vítimas”, concluiu Paula Brum.n

AÇÃO CÍVEL COLOCADA PELOS FAMILIARES É DE 1,3 MILHÕES DE EUROS

 ??  ?? João Gouveia, o antigo Dux, só esteve na primeira sessão do julgamento do processo cível, no Tribunal de Setúbal
João Gouveia, o antigo Dux, só esteve na primeira sessão do julgamento do processo cível, no Tribunal de Setúbal
 ??  ??
 ??  ??

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Portugal