Famílias querem Dux e Lusófona condenados
ALEGAÇÕES r Advogado dos familiares das vítimas diz que João Gouveia coordenou praxe que levou às mortes DEFESAS r Representantes do sobrevivente e da universidade pedem absolvição
Oadvogado que representa as famílias das seis vítimas da tragédia do Meco pediu ontem a condenação do antigo Dux, João Gouveia, e da Universidade Lusófona. Os dois réus do processo cível - que corre termos no Tribunal de Setúbal há cerca de três meses e no âmbito do qual os requerentes exigem 1,3 milhões de euros em compensações - tiveram, segundo Vítor Parente Ribeiro, “responsabilidade conjunta na praxe”que levou às mortes na madrugada de 15 de dezembro de 2013, na praia.
Nas alegações finais, Vítor Parente Ribeiro considerou que a Universidade Lusófona “falhou no dever de cuidar dos seis jovens, cujos pais tinham feito um contrato com a Cooperativa de Formação e Animação Cultural (COFAC, que gere a Universidade Lusófona)”. O advogado frisou ainda a proximidade evidente, recorrendo mesmo à transcrição de mensagens de telemóvel, existentes entre João Gouveia e a administração da empresa.
O papel de João Gouveia como responsável máximo da Comissão Oficial de Praxes Académicas (COPA) da Lusófona foi também sublinhado por Vítor Parente Ribeiro. “Ele organizou e deu ordens sobre a organização do fim de semana na Aiana de Cima, em Sesimbra, esteve
PORMENORES
“Tinha 34 graus”
Paula Brum recusa insinuações de que João Gouveia não tenha caído à água ao mesmo tempo das seus vítimas mortais. “Mediram-lhe a temperatura e ele tinha 34 graus, estava no limiar da hipotermia”, defendeu.
Vão haver recursos
Vítor Parente Ribeiro acredita que, qualquer que seja a decisão da juíza, este processo vai ter recursos. “Acredito que se vá resolver no Supremo”, disse.
Sentença por escrito
A sentença desta ação cível será comunicada por escrito aos advogados. O prazo normal é de 30 dias após as alegações.
CARINA SANCHEZ
PEDRO TITO NEGRÃO presente nos arrastamentos, insultos e outras situações degradantes que tiveram testemunhas. Na praia, ao contrário do que ele diz, não há prova de que sequer tenha estado na água. Ele viu os seis jovens que morreram de costas para a água”, frisou o advogado. Por isso, concluiu, a condenação dos réus impõe-se.
Paula Brum, que representa o Dux, e o defensor da Universidade Lusófona pediram absolvições para os respetivos clientes. No entender de ambos os advogados, o que se passou na praia do Meco nada mais foi do que um acidente. “O João Gouveia foi julgado em praça pública e não aqui em tribunal. Ele passou pelo mesmo que as seis vítimas”, concluiu Paula Brum.n
AÇÃO CÍVEL COLOCADA PELOS FAMILIARES É DE 1,3 MILHÕES DE EUROS