Correio da Manhã Weekend

A fantochada do cartão de sócio

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Ser sócio de um clube não é apenas vibrar ou sofrer com os resultados. Não é apenas pagar religiosam­ente as quotas. É paixão, é um estado de alma difícil de explicar para quem não pertence à ‘família’. Exige sacrifício, tantas vezes sem retorno. É uma relação conturbada como todos os grandes amores. Implica um compromiss­o a merecer o máximo respeito por parte de quem lidera. Isso deveria ser ponto de honra dos grandes clubes, aqueles com os adeptos mais fervorosos e as quotas mais elevadas.

Passado o introito, sigamos para a questão, não mais do que o desrespeit­o com que os sócios são brindados

BEIJOS NO EMBLEMA E JURAS DE AMOR

ETERNO SÃO DESNECESSÁ­RIOS

quando qualquer jogador chega ao seu clube e aparece, sorridente, a exibir um cartão de associado, imagem logo divulgada, com manifesto orgulho, pela máquina da comunicaçã­o. Nem importa a casa de origem, ou, mesmo, a predileção clubística assumida no passado. O importante mesmo é fazer de sócio o jogador, na ideia vã de fazer acreditar os adeptos estarem perante mais um deles. No Benfica, a última situação aconteceu com João Mário, ainda há dias ligado ao grande rival. Alguns dirão ser uma jogada de marketing, mas quem sente apenas pretende que os jogadores, e esse é o seu trabalho, defendam o clube em que jogam com o máximo empenho. Beijos no emblema e juras de amor eterno são desnecessá­rios. O futuro vai desmenti-los.n

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