TAP VAI PAGAR CINCO MILHÕES DE EUROS EM SUBSÍDIOS DE FÉRIAS PARA EVITAR NOVAS GREVES.
SOLUÇÃO rCompanhia adianta valores por pagar a trabalhadores da empresa de handling para evitar greves
ATAP, enquanto acionista minoritária da Groundforce, vai pagar, até à próxima terça-feira, cerca de cinco milhões de euros em subsídios de férias e anuidades em atraso aos trabalhadores da empresa de handling, sabe o CM. O objetivo é travar as novas greves que estavam planeadas para o próximo fim de semana e que, caso se concretizassem, iriam provocar o caos nos aeroportos nacionais com efeitos devastadores para o turismo.
Face à garantia dada pela companhia aérea, que detém 49,9% da Groundforce, a maioria dos sindicatos desconvocou as paralisações previstas entre 31 de julho e 2 de agosto. Apenas o STTAMP e o STAMA decidiram manter a greve enquanto os pagamentos não caírem nas contas dos trabalhadores.
Para processar os montantes em atraso, a companhia aérea enviou ontem um email, a que o
CM teve acesso, aos cerca de 2400 trabalhadores da empresa de handling, informando que “não tendo sido possível alcançar acordo com a Groundforce” para o pagamento dos subsídios de férias e anuidades, a TAP “liquidará essas dívidas perante os trabalhadores, mas ficará na titularidade desses créditos”. Ou seja, a Groundforce ficará a dever à TAP mais cinco milhões de euros relativos aos subsídios de férias e complementos salariais que a companhia aérea vai adiantar.
Para assessorar este processo, a TAP contratou o advogado César Sá Esteves da sociedade de advogados de Pedro Rebelo de Sousa, o irmão do Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa. Porém, têm sido levantadas dúvidas quanto à legalidade deste mecanismo. Questionado pelo CM, o patrão da Groundforce,
Alfredo Casimiro, recusou responder. Mas o CM sabe que poderá estar em causa a violação da lei de proteção de dados, pelo facto de a TAP ter acedido, sem autorização, aos dados das contas bancárias dos trabalhadores da Groundforce. A solução apresentada pela TAP pode, contudo, não ser suficiente para apaziguar os trabalhadores. Na próxima quinta-feira, a Groundforce terá de pagar os salários de julho. Caso se atrase novamente, os sindicatos ameaçam com novas ações de luta.n
DÚVIDAS SOBRE VIOLAÇÃO DO REGULAMENTO DA PROTEÇÃO DE DADOS