Correio da Manhã Weekend

Ser português custava 20 mil €

CRIMES r Dois cabecilhas de rede que vendia naturaliza­ções condenados

- MIGUEL CURADO

Dois homens, de 45 e 47 anos, ambos brasileiro­s, foram condenados nas Varas Criminais de Lisboa a penas de quatro anos e oito meses e seis anos e meio de prisão, por chefiarem uma rede de auxílio à imigração ilegal, desfeita em dezembro de 2019 na Operação Alma Lusa, do Serviço de Estrangeir­os e Fronteiras (SEF).

Ficou provado que os dois arguidos cobravam cerca de 20 mil euros a cada compatriot­a que queria aceder à naturaliza­ção europeia - em concreto à portuguesa. Os burlões funcionava­m como procurador­es dos imigrantes, que não dispunham de condições para adquirir a naturaliza­ção. Arranjavam documentaç­ão brasileira falsa que atestava relações familiares fictícias entre os requerente­s e cidadãos portuguese­s.

Na posse dessa documentaç­ão, era feito o pedido de cidadania portuguesa ao SEF, o que dava acesso fraudulent­o a todos osbenefíci­os que daí advinham. Quando foram detidos por este órgão de polícia criminal, em dezembro de 2019, os dois homens já estavam há muito referencia­dos no Brasil e em vários países europeus.

O coletivo de juízes que os julgou não teve, por isso, dúvidas em condená-los a pesadas penas. Foram considerad­os culpados dos crimes de associação de auxilio à imigração ilegal,falsificaç­ão de documentos e auxilio à imigração ilegal. Os dois foram ainda condenados a penas acessórias de expulsão do País entre os cinco e os dez anos.Uma advogada, considerad­a peça fundamenta­l na ação criminosa, foi constituíd­a arguida.n

ALÉM DE PENAS DE PRISÃO, BURLÕES TÊM ORDEM DE EXPULSÃO DO PAÍS

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Inspetores do SEF travaram rede que vendia documentos para naturaliza­r de forma ilegal cidadãos brasileiro­s

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