Ser português custava 20 mil €
CRIMES r Dois cabecilhas de rede que vendia naturalizações condenados
Dois homens, de 45 e 47 anos, ambos brasileiros, foram condenados nas Varas Criminais de Lisboa a penas de quatro anos e oito meses e seis anos e meio de prisão, por chefiarem uma rede de auxílio à imigração ilegal, desfeita em dezembro de 2019 na Operação Alma Lusa, do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF).
Ficou provado que os dois arguidos cobravam cerca de 20 mil euros a cada compatriota que queria aceder à naturalização europeia - em concreto à portuguesa. Os burlões funcionavam como procuradores dos imigrantes, que não dispunham de condições para adquirir a naturalização. Arranjavam documentação brasileira falsa que atestava relações familiares fictícias entre os requerentes e cidadãos portugueses.
Na posse dessa documentação, era feito o pedido de cidadania portuguesa ao SEF, o que dava acesso fraudulento a todos osbenefícios que daí advinham. Quando foram detidos por este órgão de polícia criminal, em dezembro de 2019, os dois homens já estavam há muito referenciados no Brasil e em vários países europeus.
O coletivo de juízes que os julgou não teve, por isso, dúvidas em condená-los a pesadas penas. Foram considerados culpados dos crimes de associação de auxilio à imigração ilegal,falsificação de documentos e auxilio à imigração ilegal. Os dois foram ainda condenados a penas acessórias de expulsão do País entre os cinco e os dez anos.Uma advogada, considerada peça fundamental na ação criminosa, foi constituída arguida.n
ALÉM DE PENAS DE PRISÃO, BURLÕES TÊM ORDEM DE EXPULSÃO DO PAÍS