Mais de mil vítimas em casas de acolhimento
ESTATÍSTICAS r Mais de 130 reclusos, na prisão por violência doméstica, inscreveram-se em programas de tratamento VÍTIMAS r Morreram 12 pessoas às mãos dos companheiros este ano
Os reclusos em prisão preventiva ou já a cumprir pena efetiva por crimes de violência doméstica estão a procurar ajuda atrás das grades. Segundo dados ontem revelados pelo Governo, um total de 134 presos estavam inscritos em programas de tratamento para agressores no final do segundo trimestre deste ano, o que representa uma subida de 378,6% face aos 28 na mesma situação, em igual período de 2020.
Este tipo de apoio é providenciado pela Direção-Geral de Reinserção e Serviços Prisionais, e destina-se a reclusos preventivos ou em cumprimento de pena. Desde 2012 que os técnicos de reinserção social nomeados para acompanhar cada um dos agressores têm como prioridade direcioná-los para assistência especializada. Os Serviços Prisionais justificam este programa com “a necessidade de diminuir o risco de violência e o risco de comportamentos aditivos”. Fora de meio prisional, 1828 agressores cumpriam o mesmo tratamento.
Em crescimento está, igualmente, o número total de reclusos por crimes de violência doméstica. Se no final de junho de 2020 estes eram 1062, exatamente um ano depois registou-se uma subida de 4,5%, para
PORMENORES
Queixas sobem este ano
No final do 2º trimestre deste ano, PSP e GNR tinham contabilizado 6661 queixas por violência doméstica, uma subida face às 5517 do 1º trimestre.
‘Botões de pânico’ descem
No final de junho, 3892 vítimas de violência doméstica eram abrangidas por teleassistência, ou ‘botão de pânico’, menos do que as 4187 do 1º trimestre.
Menos transportes
PSP e GNR transportaram 173 vítimas de violência doméstica até final de junho de 2021, uma descida face às 192 do mesmo período de 2020. 1112. Destes, 879 cumpriam pena efetiva e 233 eram presos preventivos.
Desde janeiro e até final de junho deste ano, 12 pessoas foram mortas (cinco mulheres e um homem, entre abril e junho, e quatro mulheres e dois homens de janeiro a março) em contexto de violência doméstica.
Ainda de acordo com os dados do Governo, registavam-se 847 agressores em liberdade, 681 dos quais sujeitos a medidas de vigilância eletrónica, através de uma pulseira que os localiza.
Do ponto de vista das vítimas, um total de 1098 estavam em situação de acolhimento decretado pela Justiça no fim do 2º trimestre de 2021. A maioria são mulheres (718), seguindo-se crianças (364) e homens (16).n
1098 VÍTIMAS EM CASAS DE ACOLHIMENTO NO FINAL DE JUNHO DE 2021