Correio da Manhã Weekend

Mais de mil vítimas em casas de acolhiment­o

ESTATÍSTIC­AS r Mais de 130 reclusos, na prisão por violência doméstica, inscrevera­m-se em programas de tratamento VÍTIMAS r Morreram 12 pessoas às mãos dos companheir­os este ano

- MIGUEL CURADO

Os reclusos em prisão preventiva ou já a cumprir pena efetiva por crimes de violência doméstica estão a procurar ajuda atrás das grades. Segundo dados ontem revelados pelo Governo, um total de 134 presos estavam inscritos em programas de tratamento para agressores no final do segundo trimestre deste ano, o que representa uma subida de 378,6% face aos 28 na mesma situação, em igual período de 2020.

Este tipo de apoio é providenci­ado pela Direção-Geral de Reinserção e Serviços Prisionais, e destina-se a reclusos preventivo­s ou em cumpriment­o de pena. Desde 2012 que os técnicos de reinserção social nomeados para acompanhar cada um dos agressores têm como prioridade direcioná-los para assistênci­a especializ­ada. Os Serviços Prisionais justificam este programa com “a necessidad­e de diminuir o risco de violência e o risco de comportame­ntos aditivos”. Fora de meio prisional, 1828 agressores cumpriam o mesmo tratamento.

Em cresciment­o está, igualmente, o número total de reclusos por crimes de violência doméstica. Se no final de junho de 2020 estes eram 1062, exatamente um ano depois registou-se uma subida de 4,5%, para

PORMENORES

Queixas sobem este ano

No final do 2º trimestre deste ano, PSP e GNR tinham contabiliz­ado 6661 queixas por violência doméstica, uma subida face às 5517 do 1º trimestre.

‘Botões de pânico’ descem

No final de junho, 3892 vítimas de violência doméstica eram abrangidas por teleassist­ência, ou ‘botão de pânico’, menos do que as 4187 do 1º trimestre.

Menos transporte­s

PSP e GNR transporta­ram 173 vítimas de violência doméstica até final de junho de 2021, uma descida face às 192 do mesmo período de 2020. 1112. Destes, 879 cumpriam pena efetiva e 233 eram presos preventivo­s.

Desde janeiro e até final de junho deste ano, 12 pessoas foram mortas (cinco mulheres e um homem, entre abril e junho, e quatro mulheres e dois homens de janeiro a março) em contexto de violência doméstica.

Ainda de acordo com os dados do Governo, registavam-se 847 agressores em liberdade, 681 dos quais sujeitos a medidas de vigilância eletrónica, através de uma pulseira que os localiza.

Do ponto de vista das vítimas, um total de 1098 estavam em situação de acolhiment­o decretado pela Justiça no fim do 2º trimestre de 2021. A maioria são mulheres (718), seguindo-se crianças (364) e homens (16).n

1098 VÍTIMAS EM CASAS DE ACOLHIMENT­O NO FINAL DE JUNHO DE 2021

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Além dos 134 agressores que estão inscritos em programa de tratamento de violência doméstica nas cadeias, existem mais 1828 a fazer o mesmo em liberdade

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