Três anos a investigar Proença sem conclusão
INQUÉRITOS r Advogado, de 79 anos, é suspeito de corrupção em mais duas investigações. Nada se sabe sobre a fase em que estão LUXEMBURGO r Aplicação financeira de 11 milhões analisada
Além do processo que investiga Daniel Proença de Carvalho por fraude fiscal e branqueamento de capitais, depois de ter sido detetada uma aplicação financeira de 11 milhões de euros no Luxemburgo, o advogado, de 79 anos, é suspeito de corrupção em mais dois inquéritos em que nada se sabe sobre o seu andamento.
Três anos depois de o Ministério Público ter mandado investigar o advogado já no rescaldo do julgamento da Operação Fizz, que envolveu o ex-procurador Orlando Figueira, condenado por crimes de corrupção, o inquérito permanece em investigação.
ADVOGADA DE ORLANDO FIGUEIRA DIZ QUE FEZ PEDIDO AO DCIAP
A procuradora do Ministério Público que, à época, acompanhou o julgamento, considerou que o banqueiro angolano Carlos Silva teve intervenção nas luvas pagas a Orlando Figueira e que Proença de Carvalho sabia de tudo.
Nessa altura, enviou para o Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP) um pedido para que o advogado e o banqueiro fossem investigados pelos crimes de corrupção, branqueamento de capitais e falsas declarações, mas nada se sabe sobre o andamento desse processo. O mesmo acontece com a participação feita pela advogada de Orlando Figueira, que há três anos enviou para o DCIAP um pedido para que se investigassem as pessoas que estiveram envolvidas nos atos de corrupção que levaram à condenação do ex-procurador, entre as quais se encontram Proença de Carvalho, a filha, Maria da Graça Proença de Carvalho, e o banqueiro Carlos Silva.
Carla Marinho, advogada de Orlando Figueira, confirma ao
CM que não teve respostas aos requerimentos que questionavam, entre outras coisas, o andamento do processo e diligências feitas até ao momento.
A advogada estranha mesmo o facto de o seu cliente nem sequer ter sido ouvido passado todo este tempo: “Não sabemos se alguma coisa está a ser feita, pedimos várias diligências e não tivemos feedback do que aconteceu. As poucas respostas que tivemos foram respostas evasivas.”n