Covid-19 impede padre de voltar às paróquias
PANDEMIA r Padre Manuel Torre não celebra hoje e amanhã porque está em isolamento profilático APREENSÃO r Fiéis lembram promessa do bispo e aguardam regresso do sacerdote às paróquias
Os paroquianos de Revelhe, Aboim, Gontim, Felgueiras e Pedraído, no concelho de Fafe, ainda vão ter de esperar mais uns dias pelo regresso do padre Manuel Torre às paróquias. É que um irmão do sacerdote contraiu Covid-19 e ele encontra-se há quase uma semana, por ordem da DGS, em isolamento profilático.
Ao que o CM apurou, as missas de hoje e amanhã, nas referidas paróquias e no Santuário da Senhora das Neves, vão ser celebradas pelo bispo auxiliar de Braga, D. Nuno Almeida, a quem foi entregue a gestão deste polémico processo.
O padre Manuel Torre foi, no início deste mês, dispensado da paroquialidade pelo arcebispo de Braga, D. Jorge Ortiga, alegando o prelado que o sacerdote necessitava de retiro espiritual e tratamento de “alguns problemas de saúde”.
Os cerca de 1500 paroquianos daquelas terras não perceberam a razão do afastamento e abordaram o sacerdote. Este confessou que não se sentia doente e que a sua dispensa se devia a “algumas acusações” feitas pelo arcipreste, padre José António Carneiro, ao arcebispo.
Nas paróquias, entre a revolta popular, começaram a circular comunicados a dar nota de que o arcipreste tinha acusado o padre Manuel Torre de andar com mulheres e abusar das bebidas alcoólicas. Os fiéis revoltaram-se a sério, ao ponto de fecharem as portas das igrejas, exigindo que o pároco não saísse porque estava a ser “alvo de mentiras e calúnias”. Os ânimos só acalmaram quando o bispo auxiliar de Braga, D. Nuno Almeida, se deslocou às paróquias e, em três encontros com os fiéis (Revelhe, Pedraído e Santuário da Senhora das Neves), assegurou que o padre continuaria nas paróquias.
“O padre Manuel Torre vai de férias e depois regressa às suas paróquias”, disse o prelado. Os fiéis dizem acreditar na palavra do bispo, mas asseguram que vão estar “vigilantes”.n
FIÉIS ACREDITAM NA PALAVRA DO BISPO, MAS PROMETEM VIGILÂNCIA