Pinho interrogado durante seis horas
REVELAÇÕES r Ex-ministro diz que explicou tudo e vai tornar públicas as suas declarações num site DESENVOLVIMENTOS r Processo não é urgente e os procuradores não vão pedir medidas de coação
Durante mais de seis horas, o ex-ministro da Economia Manuel Pinho respondeu às perguntas do procurador Hugo Neto na qualidade de arguido no caso EDP e suspeito de ter praticado os crimes de corrupção passiva, prevaricação e participação económica em negócio.
À saída das instalações do Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP), Pinho disse que tinha “explicado tudo” e que iria tornar público o seu testemunho num site e num livro que está a escrever.
FOI CONFRONTADO COM A RELAÇÃO QUE TINHA COM SALGADO E MEXIA
Segundo apurou o CM, o ex-ministro do governo Sócrates não será objeto de medidas de coação além do termo de identidade e residência. O processo não é urgente e os procuradores querem evitar uma girândola de recursos para os tribunais superiores.
As relações entre Pinho e Ricardo
Salgado foram um dos temas centrais do interrogatório. A tese dos procuradores do caso EDP assenta no princípio de que Salgado terá feito promessas a Pinho quando este foi escolhido para ministro da Economia, no início de março de 2005. É neste contexto que terá sido confrontado, desde logo, com dois temas essenciais: por um lado, a avença de 14 963 euros por mês que terá recebido quando era ministro, entre março de 2005 e julho de 2009, do saco azul do Grupo Espírito Santo; por outro, os 500 mil euros que terá recebido também do GES em maio de 2005, dois meses depois de ter tomado posse como ministro. Pinho terá sido ainda questionado sobre a sua relação com António Mexia (também arguido), quando aquele foi presidente da EDP