O MISTÉRIO DE SARA
TONY CARREIRA VELOCIDADE A QUE O CARRO CONDUZIDO POR IVO LUCAS CIRCULAVA NA A1 QUANDO SE DEU O FATÍDICO ACIDENTE CONTINUA NO CENTRO DA POLÉMICA. CLÃ CARREIRA PEDE RESPOSTAS PARA TER PAZ
ARTISTA TEM TENTADO RETOMAR AOS POUCOS AS ROTINAS E GANHOU ALENTO HÁ UMA SEMANA, QUANDO REGRESSOU AOS PALCOS, NO CASINO ESTORIL, E FOI MIMADO PELOS 400 FÃS QUE O APLAUDIRAM NA PLATEIA. NO ENTANTO, NÃO DESCANSA ENQUANTO NÃO TIVER RESPOSTAS SOBRE O QUE REALMENTE SE PASSOU NA A1, A 5 DE DEZEMBRO, NO ACIDENTE QUE VITIMOU
A FILHA, SARA, AOS 21 ANOS
Tony Carreira está a tentar seguir em frente, como prometeu em maio, na primeira entrevista que deu após a morte da filha, Sara, a 5 de dezembro. Tem sido na música que consegue algum alento, e mostrou isso mesmo no concerto que deu há uma semana, no Casino Estoril. No entanto, a falta de respostas sobre a investigação ao acidente que vitimou a sua ‘princesa’ não lhe é indiferente.
De acordo com informações apuradas pelo CM, o processo continua na GNR e foi pedida a prorrogação de prazo para a conclusão da investigação. Isto porque, apesar de já terem passado quase oito meses, há várias questões sem resposta, como a velocidade a que seguia a viatura conduzida por Ivo Lucas, um Range Rover Evoque, assim como dos outros carros envolvidos. A situação ganha contornos mais delicados uma vez que as autoridades continuam sem dar informações à família da jovem, que perdeu a vida aos 21 anos. Perante a ausência de explicações, foi feito um requerimento de aceleração processual ao Tribunal de Santarém e foi determinado pela procuradora Isabel Varajão um prazo de 120 dias para apresentação de resultados, um prazo que termina a meio de agosto. O acidente, recorde-se, aconteceu perto de Santarém e envolveu quatro viaturas. Ivo Lucas é o único arguido no processo em investigação, isto apesar de um dos condutores envolvidos ter acusado uma taxa-crime de alcoolemia de 1,35 g/l.
Estes meses sem resposta estão a afetar a família, principalmente Tony Carreira. “Do Ministério Público ainda não há conclusões, a Covid serve de desculpa para tudo. Acho desumano. Não falo só em meu nome, falo em nome de qualquer pai”, assumiu o artista de 57 anos, em maio, em entrevista a Manuel Luís Goucha.
Contactado esta semana pelo CM, o advogado da família, André Matias de Almeida, não quis comentar o processo. No entanto, questionado sobre o impacto que a ausência de conclusões da investigação está a causar, afirmou que “tem sido brutal” e que “estas situações de ansiedade, stress e tristeza provocam outros fenómenos como enfartes”.
Tony, recorde-se, apanhou um susto a 23 de junho, ao sofrer um enfarte do miocárdio quando estava na casa que tem no Algarve. O artista foi submetido a um cateterismo e, dois dias depois, teve alta. Seguiram-se semanas de recuperação em família e a promessa de um estilo de vida mais saudável. “Não tem sido fácil a minha vida desde dezembro mas por todo o apoio que vocês me têm dado, e tem sido tanto, não tenho o direito de não lutar pela vida, pelos meus filhos, por vocês, pelas pessoas que me amam e que tanto me têm apoiado, e claro, pela associação em memória da minha filha.”
E foi com estes objetivos em mente que cantou e encantou 400 pessoas há uma semana, num concerto há muito aguardado pelos fãs.
“NÃO HÁ CONCLUSÕES,
ACHO DESUMANO”